BH enfrenta 4ª onda da Covid, dizem infectologistas: ‘Ainda estamos na fase aguda da pandemia’

Enfermeira empurra maca com ambulância ao fundo
Brasil teve quase 200 mil mortes a mais em 2020 por causa da pandemia de Covid-19

Inaugurado nesta sexta-feira (3), o Comitê Popular de Enfrentamento à Covid-19 em BH – que conta com ex-integrantes do grupo de monitoramento da doença da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) – divulgou o primeiro boletim informativo sobre o avanço da doença na capital.

Segundo os especialistas, nas últimas duas semanas a cidade registrou um alto índice de transmissão do coronavírus, estando o fator Rt (Número de transmissão por infectado) em 1,4. De acordo com o Comitê, atualmente Belo Horizonte está enfrentando a 4ª onda de Covid-19, que teve início no dia 13 de maio.

A mortalidade, por sua vez, caiu 86% em comparação à última semana de março e os primeiros dias de abril. Em entrevista coletiva, o infectologista Unaí Tupinambás observou, no entanto, que a população de Belo Horizonte não deve “negligenciar a morte” e que o cenário deve mudar a partir de setembro.

“Estão morrendo três pessoas por dia, em média, em Belo Horizonte. E se for meu pai? Minha mulher? Meu marido? Meu filho? A gente não pode negligenciar a morte. Um dos objetivos desse comitê é voltar a dialogar com a população e dizer que ainda estamos na fase aguda da pandemia”, disse ele.

Novo comitê foi inaugurado na tarde de hoje e será sediado na Faculdade de Medicina da UFMG (Asafe Alcântara/BHAZ)

Aumento no número de casos

Os infectologistas Carlos Starling, Estevão Urbano e Unaí Tupinambás, que integravam o antigo comitê de enfrentamento à Covid-19 da PBH, se uniram à entidades da área da saúde e movimentos sociais para recriar o grupo. Semanalmente, será emitido um boletim com o registro de novos casos e óbitos para a doença.

As principais preocupações do comitê popular são o aumento da contaminação de crianças entre 5 e 11 anos, que estão com baixa adesão à vacinação, a pressão sobre os hospitais e a subnotificação com a chegada dos autotestes nas drogarias.

Segundo Starling, a não obrigatoriedade o uso de máscaras também tem sido um fator determinante para o aumento no número de casos em Belo Horizonte, o que também é uma preocupação do grupo.

“A partir desse dia [em que a PBH determinou que o uso de máscaras seria opcional] começamos a observar um aumento progressivo dos casos de Covid e hoje já temos uma curva ascendente. Temos quase 200 casos a cada 100 mil habitantes, o que é um alerta vermelho. As consequências disso também já podem ser observadas, como o aumento no número de internações, ainda discreto graças às vacinas”, disse ele.

PBH recomenda retorno das máscaras

Nessa quinta-feira (2), a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) recomendou a retomada do uso de máscaras em locais fechados, como escolas, cinemas, teatros, elevadores e escritórios. Em comunicado, o Executivo disse ter encaminhado um ofício com novas diretrizes à Secretaria Municipal de Educação (veja aqui).

Contudo, a prefeitura esclarece que, no caso das salas de aula, “caberá às escolas a prerrogativa de estabelecer ou não a obrigatoriedade do uso das máscaras em seus ambientes”. As novas medidas não são obrigatórias e levam em conta a cobertura vacinal da cidade e também o número de casos e mortes pela doença.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

Asafe Alcântara[email protected]

Coordenador de mídias digitais e repórter, no BHAZ, desde setembro de 2021. Atualmente concilia como repórter na Record TV Minas.
Jornalista graduado pelo UNI-BH, com experiência em redações de veículos de comunicação, como RedeTV! BH, TV Band Minas, TV Alterosa, TV Anhanguera (afiliada Globo GO), TV Justiça e CNN Brasil.

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