BH tem alta de casos de Covid, mas comitê acredita que aumento não impactará ocupação de leitos e casos graves

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Para o infectologista do comitê de enfrentamento à Covid de BH, ainda não é a hora de tirar a máscara (Amanda Dias/BHAZ)

Belo Horizonte registrou um leve aumento no número de casos de Covid-19 esta semana. De segunda (25) para terça-feira (26), o número de contaminados pelo novo coronavírus – a cada 100 mil habitantes – subiu de 56,6 para 62,9. Já a taxa de transmissão ficou acima de 1 e atingiu o nível amarelo. De acordo com o infectologista do comitê de enfrentamento da Covid-19, Unaí Tupinambás, já havia uma expectativa deste aumento.

“A gente tinha mais ou menos no horizonte que podia ocorrer esse leve aumento, a gente viu a cidade toda quase voltando ao normal, as escolas, os estádios, os restaurantes e bares com extensão de jornada. A gente percebe que a população tá um pouco cansada, a variante delta mais transmissível, então a expectativa era aumentar ou efeito gangorra – hoje verde e depois amarelo”, disse o médico e professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Apesar do aumento da transmissão, a ocupação de leitos de UTI e de enfermaria voltados para a Covid-19 continua no nível verde. Segundo o último boletim epidemiológico da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), dessa quarta-feira (27), os índices ficaram, respectivamente, em 42,9% e 44,2%. “A expectativa e torcida é que isso [alta na transmissão] não vai refletir na taxa de ocupação de leitos e casos graves”, apontou.

Último boletim epidemiológico da PBH (PBH/Divulgação)

Situação está sendo acompanhada pela prefeitura

O infectologista disse que a situação está sendo acompanhada pelo comitê da PBH – mas alerta a população que a pandemia ainda não acabou: “Isso está sendo monitorado muito de perto, por isso a população tem que entender que a pandemia não acabou, está sendo trilhado o fim, mas só vamos estar tranquilos quando aterrissar e descer do avião”, adverte.

“Nós só estaremos seguros quando a taxa de transmissão estiver menos de 0,5. Cada país vai aceitar suas mortes diárias, Brasil está com cerca de 380/400 mortes diárias – o que é muito”, completou.

Feriadão

Segundo o infectologista, não é possível afirmar que o aumento na taxa de transmissão tenha relação direta com o último feriado – no dia 12 de outubro. “Tem várias variáveis, não só o feriado, mas antes do feriado tinha as escolas, o comércio, a indústria, os eventos, os bares… então não dá para imputar só no feriado. Tem uma coincidência temporal, acredito que pode também, mas não apenas”, esclarece.

Para o feriado de 2 de novembro, as orientações são as mesmas dos outros “feriadões” e do dia a dia. “Evitar aglomerações, se for viajar, viaje no seu carro com a família que já convive, não compartilhar ambientes fechados, no hotel. Em lugares abertos a transmissão é muito pouco provável de acontecer, então dê preferência a bares e cafés em lugares abertos”, disse, e ainda completa: “Não é hora de ir para boates, lugares fechados”.

“As pessoas têm que manter a máscara, higienização das mãos, se todo mundo aderir, vamos conseguir sair disso mais rápido”, finalizou.

Edição: Vitor Fernandes

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