[Bhaz em série] PBH descarta mudanças no Move da Pedro II para atender comerciantes

Bhtrans alega que pistas exclusivas são garantia do cumprimento do quadro de horários

A BHTrans descartou a possibilidade de fazer alterações da pista exclusiva do Move na avenida Pedro II, como reivindicam os comerciantes da região, de forma a se permitir o estacionamento de veículos na avenida fora dos horários de pico dos ônibus. Entretanto, a empresa anunciou que está disposta a conversar com os comerciantes para ampliar o sistema de estacionamento rotativo na região.

“Na época da implantação da faixa exclusiva na Avenida Pedro II foram criadas vagas de estacionamento rotativo nas vias perpendiculares. Hoje, elas totalizam 457 vagas em 29 quarteirões, possibilitando que até 2.285 veículos possam utilizar essas vagas por dia. Estamos abertos para discutir com o comércio local e moradores a viabilidade da expansão de novas vagas rotativas na região”, disse.

O problema causado pela proibição de uso da avenida para estacionamento de carros  foi levantado por uma série produzida pelo Bhaz sobre o comércio da avenida Pedro II. Segundo comerciantes da região, a implantação do Move na avenida transformou o local em um cemitério de lojas. Ao todo, são 195 lojas fechadas ao longo da avenida. Entretanto, o conflito de interesses reaquece a disputa entre o público, representado pela população que usa o serviço, e o privado, neste caso, os comerciantes.

De acordo com a prefeitura de Belo Horizonte, o estacionamento em determinados horários poderá induzir motoristas a manter seus veículos na avenida, mesmo em horários de maior trânsito, seja por esquecimento, seja por acontecimentos que fujam ao seu controle, exigindo, nesse caso, ações de fiscalização e remoção de veículos.

Proposta inviável

Bhaz contou 195 l0jas fechadas nos dois lados da avenida Pedro II (Yuran khan/Bhaz)

A ideia de utilizar a pista exclusiva como estacionamento ou de retirar o corredor da região está completamente descartada. “É inviável modificar o sistema do Move para reaquecer a economia da região. Ao todo, cerca de 1,5 milhão de pessoas utilizam o BRT todos os dias. As faixas exclusivas são importantes para que os ônibus não corram risco de não conseguirem cumprir o quadro de horários programado”, ressalta a BHTrans.

Assim como nos principais corredores da capital, em grande parte da avenida Pedro II é proibido estacionar, o que garante a fluidez e segurança da via para quem transita, seja nos carros ou nos ônibus.

De acordo com o presidente da Associação de Proprietários e Comerciantes da Regional de Belo Horizonte (Apracom-BH), Lucas Junior, a proposta de mais vagas rotativas deve ser discutida entre os comerciantes. “Muitos dos lojistas da região utilizam ruas próximas para parar seus veículos e, por isso, desaprovam a ideia. Mas, o que deve ser levado em conta é a preferência dos clientes. Portanto, a ideia é boa, mas deve ser implantada onde tem demanda”, diz.

Afastamento frontal

O representante da Apracom-BH também reclama que o Código de Posturas da cidade burocratiza o uso do afastamento frontal – espaço de sobra em frente às lojas –  para criação de vagas de estacionamento. Sendo assim, não será possível, segundo ele, retomar a boa fase do comércio na avenida.

Utilização de afastamento frontal como estacionamento gera polêmica  (Reprodução/StreetView)

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para a utilização do afastamento frontal como estacionamento, em vias locais e coletoras, é necessário que  essa distância seja de, no mínimo, 3 metros contados a partir da fachada do imóvel, sem prejuízo da área do passeio. “Neste caso, o estacionamento deverá ser paralelo ao alinhamento, visto que a dimensão de uma vaga simples é de 2,30 metros x 4,50 metros. Desta forma, o afastamento frontal não comportaria uma vaga perpendicular ao alinhamento do lote e ao passeio”, diz a PBH.

No ano passado, houve mudanças no Código de Posturas da cidade e as demandas dos comerciantes da Pedro II não foram levantadas. Caso isso tivesse sido feito à época, o Código poderia ter sido flexibilizado. Segundo o presidente da Apracom-BH, a proposta de mudança estava a cargo de um vereador que não foi reeleito. Sendo assim, ela não foi apresentada e não houve mudança favorável aos comerciantes.

O presidente disse que vai ser reunir com comerciantes e levantar demandas para levar ao prefeito Alexandre Kalil (PHS).

Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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