Caminhoneiro encontrado morto foi abandonado passando mal durante assalto na grande BH, conclui investigação

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Ayder de Queiroz Nascimento foi vítima de latrocínio após ser abordado em Sabará, onde teve o veículo e a carga roubados (Arquivo pessoal)

A Polícia Civil concluiu o inquérito que apurou a morte do caminhoneiro Ayder de Queiroz Nascimento, de 58 anos, que estava desaparecido desde o dia 28 de março deste ano. Quatro investigados estão presos. A vítima era diagnosticada com diabetes e problemas cardíacos e pediu para não ser deixada no local sem os medicamentos.

Segundo a investigação, o homem foi vítima de latrocínio após ser abordado em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde teve o veículo e a carga roubados por um grupo criminoso.

A delegada Fabíola Oliveira, titular da Delegacia Especializada Antissequestro, conta que a vítima havia se deslocado de Governador Valadares para a Grande BH, onde realizou a entrega prevista e recebeu o pagamento pelo serviço.

“Ele, então, para dar mais lucro à viagem, negociou um novo carregamento, de água sanitária, para compensar o retorno. A intenção dele seria realizar o trajeto o mais rápido possível de modo a comemorar o aniversário dele com a família, que seria no dia seguinte ao do desaparecimento”, observou ela.

O crime

Em uma subida na região de Ravena, distrito de Sabará, o caminhoneiro foi abordado pelos suspeitos do assalto. Segundo a polícia, a hipótese é de que o grupo já estava aguardando por um caminhão, quando avistaram o veículo da vítima, seguindo devagar por causa da inclinação da pista.

“É uma característica, inclusive, que denota o conhecimento que os suspeitos detêm para subtração de cargas. Eles observaram que o eixo do caminhão estava baixo, ou seja, um indicativo de que estava pesado, calculando a probabilidade de a vítima estar transportando uma carga com alto valor de mercado”, pontua a delegada.

Ainda de acordo com a equipe, a quadrilha utilizou dois veículos para o assalto – um deles, ocupado por um adolescente que foi quem mirou na direção da vítima para que ela parasse, enquanto o outro homem cercou o caminhão pela frente.

“A partir do momento em que a vítima já estava rendida pelos investigados, que admitiram, na delegacia, terem coagido o motorista o tempo todo sob ameaça de uma arma, eles tiveram acesso ao baú do caminhão e descobriram se tratar de uma carga de pouco valor para revenda a receptadores”, revela Fabíola.

Vítima foi localizada em mata

Os criminosos então teriam agravado as ameaças, a fim de tentar obter outras vantagens. Segundo as apurações, várias transações via Pix foram realizadas da conta da vítima para diferentes pessoas, identificadas posteriormente pela Polícia Civil.

De acordo com a polícia, o caminhoneiro era diagnosticado com diabetes e problemas cardíacos. “É possível ouvir, em áudios que capturamos em posse dos investigados presos, a vítima clamando para que não a deixassem sozinha naquele local, uma vez que dependia de cuidados e remédios”, afirma a delegada.

“Eles negam o assassinato, mas sabemos que não teria como o homem sozinho, que estava passando mal, por falta dos medicamentos para diabetes e pressão, andar tanto e chegar até a ribanceira”, destaca.

Os primeiros suspeitos presos indicaram a região aproximada em que a vítima poderia estar. Após uma semana de buscas, a polícia localizou o corpo do caminhoneiro a cerca de 45 metros abaixo de uma densa mata em Ravena, em estado de decomposição.

“Realizamos diversos levantamentos com apoio, inclusive, de drones, mas se trata de uma região de mata em Ravena muito grande e de difícil acesso. Por isso, requisitamos o apoio do Corpo de Bombeiros, o qual, por meio da equipe de cães farejadores, nos auxiliou na localização mais aproximada do cadáver”, esclarece Oliveira.

Com PCMG

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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