‘Dia Sem Táxi’: Boicote a taxistas divide opiniões e gera polêmica em BH

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A rivalidade entre taxistas e motoristas do Uber voltou a ser um dos assuntos mais comentados por belo-horizontinos, nesta semana, depois que um rapaz que trabalha para o aplicativo foi esfaqueado. O jovem, de 24 anos, foi segurado por dois taxistas para que um terceiro o atingisse, segundo aponta investigação inicial da polícia. O caso ocorreu na segunda-feira (29), em frente ao Minas Shopping, região Nordeste da capital. Dois agressores foram indiciados por tentativa de homicídio e o responsável pela facada ainda não foi localizado.

Além de gerar protestos por parte de motoristas do Uber, que fizeram uma carreata pedindo mais segurança para trabalhar em Belo Horizonte, a tentativa de assassinato motivou a criação de uma proposta de boicote a taxistas que operam na cidade. Chamada de Dia Sem Táxi, a mobilização está marcada para o dia 24 de setembro, mas já tem gerado polêmica e dividido opiniões nas redes sociais. Ao todo, quase 1,4 mil pessoas sinalizaram aderir, por meio do Facebook, a não utilizar o serviço.

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Motorista do Uber, jovem de 24 sofreu tentativa de homicídio em BH na segunda-feira (29)
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No evento criado com a sugestão de boicote aos taxistas, internautas se dividem quanto ao objetivo e às consequências da iniciativa. Há quem diga discordar da mobilização porque milhares de profissionais da categoria dependem da renda das viagens para se sustentar e sustentar suas famílias. “O ‘dia sem táxi’ vai prejudicar muita gente que não tem nada a ver com essa briga”, publicou um homem.

Usuários das redes sociais dizem, ainda, que a população deveria parar de utilizar táxis definitivamente. Já outros atribuem o surgimento da proposição à atitude de integrantes da própria categoria. “O comportamento de alguns taxistas, além de causar a antipatia da população, está ajudando a marginalizar uma classe inteira”, argumentou um rapaz em um comentário.

Para alguns belo-horizontinos, que opinaram a respeito do Dia Sem Táxi no Facebook, motoristas do Uber também têm sua parcela de responsabilidade no antagonismo com taxistas e nos embates registrados na capital. Um print de uma conversa em um grupo do WhatsApp, compartilhado nas discussões, mostra um suposto motorista do aplicativo ameaçando revidar com tiros caso seja alvo de represálias.

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A proposta de não utilizar táxis em BH no dia 24 de setembro é encabeçada pelo candidato a vereador Fred Prado (PV). De acordo com ele, a iniciativa não tem como objetivo excluir a categoria de taxistas, mas sim lutar pelo fim da violência entre os profissionais e os motoristas do Uber.

“Devido as recorrentes ações criminosas de alguns taxistas criamos esse movimento. Eu e toda minha equipe sabemos que a maioria dos taxistas são pessoas do bem e trabalhadores”, escreveu em uma nota de esclarecimento publicada no Facebook. “A questão aqui é que não conseguimos nomear todos os agressores. Uma vez que alguns não chegam a ser nem reconhecidos”, explicou em outro trecho.

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Procurado pelo Bhaz para comentar o caso, um dos diretores do Sindicato dos Taxistas e Motoristas Autônomos de Minas Gerais (Sincavir-MG), José Jorge de Abreu Gomes, disse não acreditar que o Dia Sem Táxi cause grandes impactos para a categoria. “As pessoas são livres para fazer suas escolhas, o país é democrático”, afirmou ao falar sobre a possibilidade de usuários abrirem mão de usar táxis em BH.

“Cada um faz sua escolha, os taxistas são preparados para atender bem e uma atitude individual não representa uma classe inteira”, argumentou. “Os táxis são regulamentados, ao contrário do transporte clandestino Uber. Nós estamos dentro da legalidade e respeitamos regras. Não vejo esse boicote com bons olhos, mas acredito que não tenha adesão suficiente para atrapalhar a categoria”, finaliza.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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