Foliã perde R$ 1,2 mil em ‘golpe da maquininha’ no Carnaval de BH; saiba como se prevenir

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Uma foliã de BH levou um prejuízo de mais de R$ 1.200 durante um bloco de pré-Carnaval após ser vítima do ‘golpe da maquininha’ (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O Carnaval de Belo Horizonte já está chegando e os foliões precisam ficar espertos para não cair em golpes na hora de comprar aquela cervejinha gelada. É que criminosos se aproveitam da aglomeração para furtar celulares e também apostam na distração dos foliões na hora dos pagamentos com cartão para trocá-los ou aplicar o “golpe da maquininha”.

Uma foliã de BH, que preferiu não se identificar, levou um prejuízo de mais de R$ 1.200 no último fim de semana durante um bloco de pré-Carnaval que aconteceu na Avenida do Contorno após ser vítima desse golpe. Ao BHAZ, ela conta que tudo aconteceu enquanto ela tentava ajudar um amigo que estava passando mal.

“Fui comprar um pirulito para ele, porque a glicose ajuda. Tinha um cara vendendo cigarro, chiclete e outras coisas e pedi para comprar no débito. Ele ‘passou’ a máquina, mas não foi. Aí ele inventou uma desculpa e pediu pra passar na do colega”, explica a vítima.

A jovem passou novamente o cartão na segunda maquinhinha, mas não deu certo, então ela optou por pagar de outra forma. Segundo ela, o golpista se aproveitou do momento de preocupação para lhe aplicar o golpe.

“Quando ele me devolveu o cartão, eu não vi que não era o meu. E para piorar estava sem bateria no telefone. Aí só fui ver o que aconteceu no dia seguinte. Passaram uma compra de R$ 1.200 reais no meu cartão”, lamentou ela.

Saiba como não cair no ‘golpe da maquininha’ no Carnaval

A vítima conta que formalizou tudo em um boletim de ocorrência e que está em diálogo com o banco para tentar recuperar o dinheiro. “Além dessa compra, passaram outras de R$ 4 e R$5 antes, deve ser para ver se estava funcionando. Depois tentaram outra de R$ 900, mas o banco não autorizou”, detalha.

O diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) explica que os golpistas que trabalham como vendedores prestam atenção quando o cliente digita a senha na maquininha. Em seguida, eles trocam o cartão na hora de devolvê-lo. Com o cartão e a senha em mãos, eles fazem compras usando o dinheiro da vítima.

“É importante ressaltar que o campo de senha deve mostrar apenas asteriscos. O cliente também não deve aceitar fazer pagamentos se o visor da maquininha estiver danificado. E é muito importante que a própria pessoa insira o cartão na maquininha, e confira se o cartão devolvido é realmente o seu”, diz Adriano Volpini.

O cliente também pode pedir o comprovante impresso da transação ou verificar se o valor está correto nas mensagens SMS que recebe no aplicativo do banco. No caso de pagamento via QR Code ou transferência, confira o valor e o destinatário do dinheiro.

Roubo de celulares

No caso de roubos e furtos de celulares, quando ocorrem em via pública, durante o uso, os criminosos têm acesso ao aparelho já desbloqueado e, a partir daí, realizam pesquisas por senhas armazenadas em aplicativos e sites. Com essas informações, eles tentam ingressar no aplicativo do banco.

A Febraban trabalha com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para a integração dos bancos na ferramenta Celular Seguro, para impedir que criminosos façam uso de dados e informações pessoais nos smartphones.

“Sempre reforçamos que o cliente deve tomar cuidados básicos para não cair em golpes. O primeiro é guardar bem seus pertences. Nunca anote senhas de acesso ao banco em blocos de notas, e-mails, mensagens de Whatsapp ou em outros locais do celular ou use a mesma senha de acesso ao banco em outros apps. Também sempre use os mecanismos de proteção oferecidos pelas empresas de seu aparelho celular”, diz Volpini.

Cuidados com o Pix

Além disso, o usuário pode configurar o limite de transferência via Pix no aplicativo do banco. A medida é importante para impedir que os ladrões façam transações altas em caso de roubo de celular. A funcionalidade está disponível na internet banking e nos aplicativos bancários na área “Meus Limites Pix”.

Com a ferramenta, é possível revisar e configurar o valor mais adequado para suas transações financeiras do dia a dia.  “Antes de sair de casa, ajuste os limites do Pix para valores que for usar na festa”, adverte Volpini.

Ao pagar com QR Code, a federação também orienta que os clientes tenham atenção a todos os dados do pagamento e se a loja escolhida é realmente quem irá receber o dinheiro. Sendo assim, o folião só deve fazer a transferência após essa checagem detalhada.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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