Homem que matou caixa de padaria por estar sem camisa é condenado a 15 anos

TJMG/Divulgação

O 3º Tribunal do Júri de Belo Horizonte condenou nessa segunda-feira (3), um homem acusado de matar o caixa de uma padaria, no bairro Rio Branco, Região Norte da capital, em outubro de 2016. A pena fixada pela juíza Myrna Fabiana Monteiro Souto foi de 15 anos em regime fechado.

De acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público, o réu retornou à padaria cerca de 50 minutos depois de ter discutido com a vítima. O caixa havia pedido ao cliente para vestir uma camisa antes de entrar na padaria e esse teria sido o motivo do assassinato.

O homicídio foi considerado triplamente qualificado pelos jurados, que votaram “sim”, quando perguntados se o motivo foi fútil, se a situação colocou outras pessoas presentes no local em perigo e se o assassino impossibilitou a defesa da vítima.

Depoimentos

A primeira testemunha a ser ouvida foi um dos proprietários do comércio. Ele não estava presente na hora da discussão sobre o uso da camisa, mas estava no momento em que o cliente retornou.

Segundo o sócio, o caixa foi andando em sua direção, no fundo da padaria, no momento que o réu entrou. Ainda segundo esta testemunha, o caixa da padaria negava ter proferido xingamentos quando foi atingido com tiros pelas costas.

Uma mulher que dividia o apartamento com o funcionário e também trabalhava na padaria foi a segunda testemunha a ser ouvida. Ela contou que, após a discussão inicial, sobre o vestuário a usar, o réu ficou na porta da padaria, por uns cinco minutos, encarando o caixa.

Ela disse ainda não ter acompanhado toda a discussão, mas, pelo que pode perceber, o companheiro de trabalho não destratou nem humilhou o cliente. Segundo ela, após chamar a atenção do cliente, o trabalhador continuou fazendo o seu trabalho no caixa da padaria.

O primo do assassino também foi ouvido em plenário. Ele contou que o réu estava bêbado. Segundo a testemunha, o primo não usava drogas, e a discussão na padaria o deixou muito nervoso. A testemunha contou que tentou dissuadir o parente da ideia de agredir o caixa, mas ele não o ouviu.

A quarta testemunha ouvida em plenário foi de defesa. Um ex-patrão do réu contou que ele era “um cara tranquilo”, trabalhador e que nunca “deu problemas” na obra em que trabalhava.

O que disse o réu

O homem assumiu a autoria do crime e disse estar arrependido. Segundo ele, o caixa o teria chamado de “macaco” e disse que sua mãe era uma “vagabunda”.

Ele contou que após a discussão foi para casa e pegou a arma, confirmando também que o primo tentou fazê-lo mudar de ideia. O réu também contou que tinha bebido muito no dia, que não usava drogas e que nunca teve passagem pela polícia.

Promotor X advogado de defesa

Durante os debates, o promotor Valter Shigueo Moriyama explicou a dinâmica dos fatos e ressaltou o fato de o funcionário da padaria ter sido morto com quatro tiros, todos pelas costas, que atingiram a cabeça e o pescoço. Para ele, não aconteceu nenhuma discussão séria, uma vez que as imagens (sem som) mostraram uma situação rápida.

Já a defesa se empenhou em tentar reduzir a pena do réu. O advogado Wagner Dias Ferreira pediu para que as testemunhas analisassem as circunstâncias do crime. Ele defendeu a ideia de que seu cliente estava sob intensa emoção, ao ouvir os xingamentos proferidos contra ele e sua mãe. O defensor pediu ainda aos jurados que respondessem “não” às perguntas das qualificadoras.

O Conselho de Sentença foi formado por seis mulheres e um homem. Quatro testemunhas, três de acusação e uma defesa, foram ouvidas em plenário. O promotor Valter Shigueo Moriyama fez a acusação. O advogado Wagner Dias Ferreira assumiu a defesa do réu.

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