Alerta vermelho! Kalil fará anúncio após nova alta de indicadores da Covid-19

Kalil em coletiva de imprensa
Mesmo com a cidade em estaca zero, indicadores continuam subindo (Moisés Teodoro/BHAZ)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), convocou uma coletiva de imprensa para esta sexta-feira (12) e deve anunciar novas medidas de restrição para conter o avanço da Covid-19. A cidade já está na estaca zero, permitindo apenas o funcionamento de atividades essenciais, desde o último sábado (6). Os indicadores do novo coronavírus em BH, no entanto, continuam subindo, e todos estão em nível vermelho de alerta nesta quinta-feira (11), com a ocupação de UTIs praticamente a 90%.

A entrevista será concedida às 14h30, amanhã. Na última coletiva, há uma semana, o prefeito afirmou que os números da Covid-19 na capital mineira eram “assustadores” e fez um apelo: “Preciso da colaboração das cidades que rodeiam Belo Horizonte. Essa doença parece que não é contada em dia, é contada em hora. Nós precisamos tomar atitudes. Aos prefeitos do interior, a população entende, a população é inteligente e ela quer viver. Eu tenho dado matemático pra isso”.

De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) hoje, a cidade tem 89,9% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) destinados ao tratamento da Covid-19 ocupados, e a ocupação dos leitos de enfermaria está em 75,6%. O número médio de transmissão por infectado também subiu e está em 1,22, deixando todos os indicadores no nível vermelho e máximo de alerta. Quando Kalil decretou a volta à estaca zero, na sexta-feira passada, as UTIs estavam 81% ocupadas e os leitos de enfermaria, 61,9%.

Indicadores em nível vermelho
Ocupação de UTIs já praticamente chega a 90% em BH (Reprodução/PBH)

Colapso não está descartado

O médico infectologista Unaí Tupinambás, integrante do comitê de enfrentamento à Covid-19 da PBH, não descarta a possibilidade de um colapso do sistema de saúde da cidade. “A situação do Brasil todo está preocupante, estamos tendo recordes de mortes diárias. O sistema funerário de algumas regiões do país pode colapsar, tem lugar que já não tem leito mais. Mesmo em BH, pode ter um colapso do sistema de saúde”, afirmou o especialista ao BHAZ, na tarde desta quinta-feira (11).

“Está na hora das pessoas seguirem os protocolos. Temos visto estabelecimentos abertos de forma clandestina, vamos ter que olhar com cuidado para vermos se conseguimos intensificar a vigilância, porque a PBH não consegue fiscalizar a cidade inteira. Temos que contar com a colaboração de todo mundo”, completou.

Para ele, a situação ideal para a contenção do avanço da doença seria um lockdown eficiente em todo o país, decretado pelo governo federal, além do avanço da vacinação e de distribuição de auxílio emergencial.

“Se fizéssemos um lockdown de 21 dias, no Brasil, o prejuízo econômico seria muito menor do que o que vamos ter com o enfrentamento inadequado da pandemia. Também precisaríamos de um auxílio emergencial decente, porque R$ 200 são para morrer de fome. Um prefeito não teria o poder que um presidente tem de decretar um lockdown, acho que só mesmo um presidente poderia decretar medidas mais duras assim. Na prefeitura, a gente chama, solicita que as pessoas entendam o momento e colaborem”, finalizou o médico infectologista.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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