Kalil critica Bolsonaro por ir à manifestação que defende a ditadura: ‘O Brasil precisa de um líder’

Kalil diz respeitar hierarquia, mas não deixou de criticar o presidente
Kalil disse respeitar hierarquia, mas não deixou de criticar o presidente (Rodrigo Clemente/PBH + Alan Santos/PR)

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), diz estar envergonhado com a atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ter participado de uma manifestação favorável à intervenção militar.

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Durante coletiva sobre as ações da PBH para combatar a Covid-19, Kalil fez a crítica ressaltando que o país precisa de um líder e comentou sobre a demissão de Luiz Henrique Mandetta (veja abaixo).

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“O Brasil precisa de um líder e o que vi ontem foi lamentável. Respeito hierarquia, mas não fujo da verdade, aquilo agrediu os ouvidos e olhos de todo brasileiro que viveu um pouco, ou leu, sobre o estado ditatorial do Brasil”.

No complemento da resposta, Kalil afirmou: “Se estão me perguntando sobre o assunto, eu não sou de fugir, eu me senti profundamente envergonhado”.

Repercussão

A ida de Bolsonaro à manifestação que defendia a intervenção militar gerou críticas de outras autoridades, além de Kalil. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou as redes sociais para manifestar a indignação.

“Lamentável que o presidente da república apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5. Repudio também os ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal”, publicou.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi outro que repudiou a presença de Bolsonaro na manifestação realizada no QG do Exército, em Brasília.

“Para desviar o foco de suas absurdas atitudes quanto ao coronavírus e a sua péssima gestão econômica, Bolsonaro resolve atiçar grupelhos para atacar a Constituição, as instituições e o regime democrático. Bolsonaro não sabe e não quer governar. Só quer poder e confusão”.

Demissão de Mandetta

Kalil também falou sobre a decisão de Bolsonaro em demitir o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e substui-lo por Nelson Teich. Kalil era um admirador do trabalho do médico na pasta.

“Você não troca o comandante numa guerra, principalmente por questões inexplicáveis. Faltou argumento”, disse.

O prefeito manifestou agradecimento a Mandetta que, segundo ele, foi o único ministro a recebê-lo quando pediu verba para a saúde de BH no governo federal.

Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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