O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), diz estar envergonhado com a atitude do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ter participado de uma manifestação favorável à intervenção militar.
Durante coletiva sobre as ações da PBH para combatar a Covid-19, Kalil fez a crítica ressaltando que o país precisa de um líder e comentou sobre a demissão de Luiz Henrique Mandetta (veja abaixo).
“O Brasil precisa de um líder e o que vi ontem foi lamentável. Respeito hierarquia, mas não fujo da verdade, aquilo agrediu os ouvidos e olhos de todo brasileiro que viveu um pouco, ou leu, sobre o estado ditatorial do Brasil”.
No complemento da resposta, Kalil afirmou: “Se estão me perguntando sobre o assunto, eu não sou de fugir, eu me senti profundamente envergonhado”.
Repercussão
A ida de Bolsonaro à manifestação que defendia a intervenção militar gerou críticas de outras autoridades, além de Kalil. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou as redes sociais para manifestar a indignação.
“Lamentável que o presidente da república apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5. Repudio também os ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal”, publicou.
Lamentável que o presidente da república apoie um ato antidemocrático, que afronta a democracia e exalta o AI-5. Repudio também os ataques ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal. O Brasil precisa vencer a pandemia e deve preservar sua democracia??
— João Doria (@jdoriajr) April 19, 2020
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), foi outro que repudiou a presença de Bolsonaro na manifestação realizada no QG do Exército, em Brasília.
“Para desviar o foco de suas absurdas atitudes quanto ao coronavírus e a sua péssima gestão econômica, Bolsonaro resolve atiçar grupelhos para atacar a Constituição, as instituições e o regime democrático. Bolsonaro não sabe e não quer governar. Só quer poder e confusão”.
Para desviar o foco de suas absurdas atitudes quanto ao coronavírus e a sua péssima gestão econômica, Bolsonaro resolve atiçar grupelhos para atacar a Constituição, as instituições e o regime democrático. Bolsonaro não sabe e não quer governar. Só quer poder e confusão
— Flávio Dino ?? (@FlavioDino) April 19, 2020
Demissão de Mandetta
Kalil também falou sobre a decisão de Bolsonaro em demitir o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e substui-lo por Nelson Teich. Kalil era um admirador do trabalho do médico na pasta.
“Você não troca o comandante numa guerra, principalmente por questões inexplicáveis. Faltou argumento”, disse.
O prefeito manifestou agradecimento a Mandetta que, segundo ele, foi o único ministro a recebê-lo quando pediu verba para a saúde de BH no governo federal.