Um projeto de extensão da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) passou a oferecer o chamado “kit memória” às mulheres que perderam seus bebês logo após o parto. Desenvolvido no Hospital das Clínicas e no Hospital Municipal Odilon Behrens, o objetivo do projeto é que as famílias construam uma memória do bebê que se foi por meio de objetos, lembranças físicas e conexão emocional.
O kit é composto por uma touca, um par de sapatos de tricô, um par de “borboletas memória”, desenvolvidas pela ONG Costurando o Bem, além de uma mecha do cabelo do bebê e os registros dos seus pés e mãos. Segundo a professora Juliana de Oliveira Marcatto, da Escola de Enfermagem da UFMG, o apoio durante o processamento do luto é fundamental para as famílias que vivenciam experiências de diagnósticos de malformações congênitas, síndromes genéticas, abortos ou perdas perinatais.
“As borboletas artesanais transmitem a ideia de transformação, ou seja, sugerem que a vida ressurge em outra forma e, apesar da história breve, será sempre eterna no coração da família. O rompimento do casulo representa a morte do corpo, e a imagem da borboleta simboliza que a alma ganha vida em liberdade”, explica.
Abordagem
No Hospital das Clínicas, a família é avisada da possibilidade de registrar as lembranças do bebê por meio do kit memória. Caso manifeste o desejo de fazer os registros, a coleta é feita pelo profissional que assumiu a condução do caso, garantindo o envolvimento dos familiares em todas as etapas.
Segundo a coordenadora do projeto, caso a família não tenha interesse pelo registro da memória, a equipe segue oferecendo todos os cuidados.
Com UFMG