Justiça por Moïse: Manifestantes saem às ruas de BH contra assassinato de congolês no Rio

manifestação moise bh
Manifestantes levaram cartazes ilustrados com a foto do jovem, junto a frases de ordem (Reprodução/@rariminasgerais/Instagram)

A manhã deste sábado (5) foi marcada por manifestações em todo país contra a morte do trabalhador congolês Moïse Kabagambe, brutalmente assassinado em um quiosque do Rio de Janeiro. Em Belo Horizonte, mais de 30 movimentos sociais se reuniram na Praça Sete, no Centro da capital, para exigir justiça.

Manifestantes levaram cartazes ilustrados com a foto do jovem, junto a frases de ordem. Partidos e personalidades políticas também se fizeram presentes no ato. A RARI-MG (Rede de Ação e Reação Internacional) foi uma das organizadoras da manifestação. Ao BHAZ, o advogado e presidente da entidade, Gilberto Silva, falou da importância de toda a mobilização.

“Esse ato reforça cada vez mais a luta contra o racismo em todas as suas formas. Seja o racismo estrutural, seja o racismo institucional e, sobretudo, o racismo genocida: aquele que mata, que violenta corpos”, disse.

“Também reforça a luta contra essas violências direcionadas a imigrantes, pessoas que estão no Brasil e que são vítimas da xenofobia em todos os seus aspectos. Sejam eles de exclusão, de genocídio ou de morte”, acrescenta Gilberto.

Manifestações pelo Brasil

Em outras capitais do Brasil, centenas de manifestantes foram as ruas para cobrar justiça para Moïse. Em São Paulo, o ponto de encontro foi o MASP (Museu de Arte de São Paulo), localizado na Avenida Paulista.

“Tem muita revolta, frustração e cobrança por justiça. Assim como também a comunidade congolesa puxa cantos. Com dor, tem celebração também. É um misto de sentimentos, com um único grito: Moise vive”, narrou uma pessoa.

No Rio de Janeiro, manifestantes se reuniram no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, onde o crime ocorreu. O protesto foi organizado pela família de Moïse e pela comunidade congolesa. Veja a repercussão:

Jornalista da Globo é alvo de falas racistas

Enquanto cobria a manifestação no Rio de Janeiro, o jornalista da Globo, Manoel Soares, conta que voltou a sofrer ataques racistas. Durante o programa “É de Casa”, ele contou para as apresentadoras Ana Furtado, Patrícia Poeta, Talitha Morete e Tati Machado que ouviu pessoas “dizendo para a macacada voltar a trabalhar”.

“Doideira aquilo lá. Ao mesmo tempo que a gente teve muita manifestação querendo justiça, vocês não fazem ideia da quantidade de pessoas me provocando. Tomei cotovelada de pessoas de pele clara”, afirmou.

Na última quinta-feira (3), a Polícia Civil de Minas Gerais indiciou um homem de 48 anos por racismo em um post sobre o apresentador. Em maio de 2020, quando o repórter da Rede Globo trabalhava em uma transmissão ao vivo, o cidadão disparou nos comentários: “Esse preto de máscara kkkk Assalto?”. Manoel registrou a ocorrência na polícia dias depois do crime (veja aqui).

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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