O transporte público da capital e o aumento no número de acidentes envolvendo ônibus de Belo Horizonte foram temas da sessão plenária da tarde desta quinta-feira (1º) na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Os parlamentares debateram, além deste, temas como a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a ‘caixa-preta’ da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A (BHTrans) e a falta de agentes de bordo nos ônibus da cidade.
Um dos parlamentares que falaram sobre o assunto foi Gilson Reis (PCdoB), que pediu para outros vereadores assinarem o documento que pede a abertura da CPI. “A prefeitura está fazendo pressão para vereadores não assinarem. O motivo não sabemos, mas é algo que vem do Léo Burguês (líder de governo)”, afirmou. O documento atualmente conta com 12 assinaturas, sendo necessário 14 para a instalação da comissão.
Acidentes deliberados
Gilson Reis acredita que o Sindicato das Empresas de Transporte de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), junto com as empresas de ônibus, estão fazendo algo “deliberado” e que os recentes e constantes acidentes são a forma encontrada para pressionarem o governo a aumentar a tarifa. “Não estão fazendo manutenção para que acidentes aconteçam e, no fim, culpem o não aumento do valor da passagem. Eles querem precarizar o transporte com baixa qualidade”, disse.
Polêmica da retirada
“A população precisa cobrar os vereadores”. Esse é o posicionamento de Gabriel Azevedo com relação à falta de assinaturas de alguns parlamentares no documento que pede a instalação da CPI da BHTrans. O vereador, que é do mesmo partido do prefeito Alexandre Kalil, o PHS, disse não compreender o motivo de o Executivo pressionar os vereadores da base de governo a não assinarem o requerimento, visto que, durante a campanha eleitoral. ele afirmou que abriria a “caixa preta da BHTrans”.
Outra polêmica, esta de bastidores, é que um dos vereadores que já assinou o documento para abertura da CPI iria retirar seu apoio. Questionado sobre o fato, Gabriel Azevedo afirmou que fará questão de expor à sociedade o nome do vereador que retirar seu voto. “O papel está em minha mesa, caso alguém decida retirar sua assinatura, a sociedade será a primeira a saber para que cobre um posicionamento do político”, disse.
Gabriel ainda contou que já enviou diversos ofícios para a BHTrans, empresa que gerencia o trânsito da capital, e que até o momento não recebeu respostas. “Já solicitei os critérios utilizados por eles na manutenção técnica e nada de resposta. Até parece que a empresa não funciona com dinheiro público”, afirmou.
Com o intuito de alertar a população sobre a necessidade dos vereadores assinarem o documento para abertura da CPI o vereador Gilson Reis afirmou que espalhará 100 mil panfletos (abaixo) pelas ruas da capital nos próximos dias.