O padeiro e o dono da padaria Natália, no bairro Serrano, em BH, prestaram depoimento à Polícia Civil de Minas Gerais nessa quarta-feira (23). O estabelecimento é suspeito de vender uma torta de frango e empadas contaminadas. Três pessoas estão internadas em estado grave.
Segundo o delegado Alex Sandro Cecílio Pimenta, o profissional e o dono da padaria se apresentaram, espontaneamente, foram ouvidos e liberados. No depoimento, o padeiro destacou que levou outra torta para casa, que o alimento foi consumido por sua família e ninguém apresentou reação. A esposa do padeiro também prestou declarações como testemunha.
A PCMG coletou material na padaria e instaurou inquérito para apurar o caso.
#PCMG investiga suposto envenenamento de três pessoas no bairro Serrano, em BH.
— Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) (@pcmgoficial) April 23, 2025
? Delegado de polícia Alex Sandro Cecílio Pimenta – Central Estadual do Plantão Digital pic.twitter.com/nsAIrnfBML
Padaria interditada
Na manhã de ontem (23), a padaria foi interditada pela Vigilância Sanitária de Belo Horizonte. Segundo a PBH, o local não tem Alvará Sanitário e nenhum cadastro no serviço para iniciar o processo para liberação do documento. “Além disso, foram encontradas irregularidades no que se refere a questões de higiene e estrutura sanitária”, afirma o Executivo.
Ainda conforme a PBH, o Alvará de Localização e Funcionamento (ALF) da padaria está regular. O Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) da Prefeitura foi notificado e monitora a situação.
O caso
Três pessoas foram entubadas, em estado grave, após comerem uma torta de frango e empadas da padaria Natália, na avenida Serrana, no bairro Serrano, na região Noroeste de Belo Horizonte, na noite dessa terça-feira (22). A Polícia Militar foi acionada por funcionários de dois hospitais, onde as vítimas deram entrada com suspeita de envenenamento.
Segundo o boletim de ocorrência, um casal, de 23 e 24 anos, comprou os alimentos na última segunda-feira (21) e foi visitar uma senhora, de 75 anos, cujo parentesco com eles não foi revelado. Os três comeram a torta e as empadas, mas perceberam que algo estava estranho.
Eles, então, voltaram até a padaria e disseram que os produtos estavam estragados e azedos. Os funcionários do estabelecimento confirmaram que o “aspecto e o cheiro” da comida estavam incomuns e devolveram o dinheiro aos clientes.
À polícia, os funcionários disseram ainda que os salgados são produzidos por um padeiro, cujos dados pessoais a padaria não tem. Eles relataram que as tortas vendidas haviam sido produzidas no sábado (19) e estavam congeladas para aquecimento no momento da entrega ou exposição na estufa.
Os militares entraram em contato com o dono da padaria que, ao chegar ao local, afirmou que havia contratado um padeiro “freelancer” e não tinha o contato nem o endereço dele. O proprietário disse ainda que o funcionário teria prestado serviço por apenas seis dias, sendo o último deles no domingo (20).
O empresário declarou, ainda, que os pagamentos eram feitos em espécie ao final de cada dia e, por isso, não tinha recibos de pix ou transferência com os dados do padeiro.
Vítimas
A mulher, de 23, e o homem, de 24, começaram a se sentir mal e buscaram atendimento médico em um hospital de Sete Lagoas, na região Central de Minas Gerais, onde moram. No local, eles foram entubados em estado grave.
Já a vítima mais velha, de 75 anos, teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimada pelo filho. Ela também foi entubada em estado grave, em um hospital de Venda Nova, em BH.
Os médicos suspeitam de envenenamento por possíveis substâncias, como carbamato, organofosforado e toxina botulínica.