Palácio das Artes terá festival gratuito com mais de 160 curtas-metragens e oficinas de cinema

A cineasta belga Chantal Akerman, ícone do cinema experimental, será homenageada / Divulgação

Um encontro entre as diversas possibilidades cinematográficas marca a 18ª edição do Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte (FestCurtasBH), evento já consolidado no calendário nacional e internacional que, durante 10 dias, promove uma extensa programação que combina debates, cursos, seminários e mostras temáticas na capital mineira.

No ano em que atinge a maioridade, o festival promovido pela Fundação Clovis Saldado (FCS) conserva seu formato de sucesso, com as mostras competitivas – Minas, Brasil e Internacional; paralelas e mostras especiais.

Ao todo, serão exibidos 151 curtas-metragens no festival. Desse total, 136 obras compõem as tradicionais mostras competitivas e paralelas do festival, selecionadas entre mais de 2.500 projetos inscritos. Outros 15 filmes foram convidados especialmente pela curadoria do FestCurtasBH para compor a programação especial.

Chantal Akerman, cineasta belga falecida em outubro do ano passado e um dos nomes mais importantes do cinema experimental, será a grande homenageada do FestCurtasBH.

Serão exibidos 15 curtas e médias-metragens raros da diretora, em formato de película, além de uma sessão do documentário “No home movie”, último trabalho de Chantal, ainda inédito no Brasil. Um seminário acerca da trajetória da artista também integra a programação.

De acordo com o gerente de Cinema da FCS, Philipe Ratton, a proposta curatorial aborda duas vertentes: a volta ao passado, com a exibição de obras produzidas com tecnologia analógica; e o olhar mais apurado para o futuro, pensando o cinema a partir das técnicas experimentais.

“A exibição de trabalhos raros da Chantal celebra a técnica analógica. Também é possível pensar o futuro da produção de curtas-metragens a partir das oficinas e dos cursos, priorizando técnicas experimentais, que serão realizados durante o FestCurtasBH”, detalha Ratton.

Nesse sentido, a programação oferece as oficinas “Revelação alternativa 16 mm”, com a proposta de trabalhar processos de revelação de filmes utilizando produtos alternativos; e “Fundamentos de Som para Imagem”, ministrado pelo engenheiro de somEdwaldo Mayrinck, com objetivo de introduzir fundamentos técnicos do processo de sonorização em produções audiovisuais.

Todas as mostras serão exibidas no Cine Humberto Mauro e na Sala Juvenal Dias, mas quem perder algum curta ou quiser rever os trabalhos selecionados poderá visitar a cabine de exibição alternativa, montada em frente ao Café do Palácio.

Sobre o FestCurtasBH

O Festival Internacional de Curtas de Belo Horizonte é um potente difusor da produção de filmes em curtas-metragens, garantindo visibilidade a trabalhos nacionais e internacionais.

A cada nova edição, o FestCurtasBH contribui com reflexões sobre questões que permeiam a sociedade, ao selecionar filmes que dialogam com temas pertinentes à contemporaneidade. Hoje, figura como um dos mais importantes eventos para a difusão e promoção da produção cinematográfica mundial no segmento.

Philipe Ratton atribui às mostras competitivas o potencial de promover esse intercambio. “Durante essas mostras, cineastas de várias regiões do Brasil vêm a Belo Horizonte e após as exibições dos filmes participam de debates. O encontro entre os filmes, público, realizadores e crítica é uma oportunidade única e a mais importante característica do FestCurtasBH”, ressalta Ratton.

Experimentando o cinema experimental

A abertura do FestCurtasBH conta com a ousadia de Luís Macías e de Adriana Vila, do CraterCollective, de Barcelona. A dupla realiza performance ao vivo, que leva o nome de “Mesmo o silêncio é causa de tempestade”, exibindo projeções simultâneas, em 16mm, no Cine Humberto Mauro.

Também conhecida como técnica do Cinema Expandido, a atividade aborda processos experimentais e analógicos de criação e se dedica à manipulação improvisada de elementos típicos do cinema tradicional, como o tempo, a luz, o espaço e o som.

A dupla também ministrará, de 8 a 10 de agosto, a oficina “Revelação alternativa 16mm”. A proposta é trabalhar vários processos de revelação de filmes por meio da utilização de produtos alternativos, como bebidas alcoólicas. Ao fim da oficina, os participantes produzirão um filme coletivo em 16mm como forma de experimentar as imagens produzidas na atividade.

Em parceria com o Centro Técnico Audiovisual (CATV), de Belo Horizonte, será realizada a oficina “Fundamentos de Som para Imagem”, de 10 a 12 de agosto. Ministrada pelo engenheiro de som Edwaldo Mayrinck, o curso introduz os fundamentos técnicos do processo de sonorização em produções audiovisuais.

“Essas atividades reforçam o caráter de formação do FestCurtasBH e contribuem para que a linguagem do curta-metragem seja mais difundida”, detalha Philipe Ratton.

Mostras competitivas

A Mostra Competitiva Internacional conta com 21 participantes selecionados de países como África do Sul, Irã, Alemanha, Canadá, Croácia, Estados Unidos, entre outros. Já a Mostra Competitiva Brasil reúne 20 projetos de cineastas do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia,  entre outros.

A produção audiovisual de Minas Gerais tem categoria própria. Na Mostra Competitiva Minas, há 11 projetos concorrendo aos prêmios. Ao todo, 52 filmes disputam nas três Competitivas do Festival. Todas as sessões de filmes das mostras competitivas Brasileira e Minas são seguidas de debates com os realizadores e o público.

Já as mostras paralelas: Movimentos de Mundo; Topologias Imaginárias; Animação; Maldita; Juventudes e Infantil, somam 84 curtas com diferentes propostas temáticas e estéticas.

Serviço/18º Festival Internacional de Curtas Metragens de Belo Horizonte – FestCurtasBH

Período: 5 a 14 de agosto

Local: Cine Humberto Mauro e Sala Juvenal Dias – Palácio das Artes

Endereço: Av. Afonso Pena, 1537 – Centro

Entrada gratuita, com retirada de ingressos 30 minutos antes de cada sessão

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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