Assalto a joalheira no BH Shopping: Polícia analisa imagens da semana anterior e criminosos podem ser de SP

Investigação do assalto no BH Shopping
Corporação agora atua em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo (Asafe Alcântara + Sofia Leão/BHAZ)

A Polícia Civil segue investigando o assalto a uma joalheira do BH Shopping, que assustou funcionários e clientes no último sábado (7). A corporação agora atua em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo, já que a investigação trabalha com a possibilidade de os criminosos serem daquele estado.

Em meio às diligências, a Polícia Civil de Minas também analisa imagens de câmeras de segurança de pelo menos uma semana antes do ocorrido, pois os criminosos possivelmente planejaram o assalto e estudaram o local antes da execução do crime.

As informações foram repassadas nesta terça-feira (10) pelo delegado Kleyverson Rezende, chefe do Depatri (Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio). Segundo o responsável, várias testemunhas já foram ouvidas, mas o segurança que foi feito de refém pelos criminosos está muito abalado e ainda não conseguiu prestar depoimento.

Conexão com São Paulo

Segundo o delegado, o que aponta uma conexão entre os assaltantes do BH Shopping com o estado de São Paulo são os dois carros usados na fuga do local (entenda a dinâmica aqui). Os veículos foram abandonados e incendiados no bairro Belvedere e, após o crime, foram identificados como produtos de furto em SP.

“Provavelmente podem ter alguma ligação com São Paulo. Não dá para afirmar que residem lá, mas pelos veículos abandonados, é uma linha de investigação a ser seguida. Todas as informações que achamos pertinentes estamos encaminhando à polícia de lá”, informou o chefe do Depatri.

Já os outros dois carros utilizados para a continuação da fuga, após os criminosos abandonarem os dois primeiros veículos, ainda não foram localizados.

Análise de imagens

O delegado Kleyverson Rezende também reforçou que a Polícia Civil segue analisando as imagens das câmeras de segurança do circuito interno do BH Shopping. Agora, o foco é acompanhar os registros da semana anterior ao crime, na tentativa de detectar alguma ação de planejamento do crime.

Ainda segundo o responsável, é difícil identificar os criminosos pelas imagens, já que eles usavam máscaras. Alguns dos suspeitos também estavam vestidos com camisas de futebol.

O delegado João Prata, do Depatri, ainda informou que um sistema de segurança do BH Shopping chegou a ser acionado após o assalto, fechando o estabelecimento para evitar a fuga de suspeitos.

“Foi acionada uma espécie de blindagem, mas como o shopping estava muito cheio, pouquíssimo tempo depois abriram, e com a chegada da polícia, fecharam de novo. Então acreditamos que esse ‘fecha e abre’ deu mais oportunidade para a fuga”, explicou.

Dinâmica do crime

Segundo a Polícia Militar, 13 relógios, avaliados entre R$ 40 mil e R$ 300 mil, foram roubados da loja Manoel Bernardes. A corporação afirma que nove suspeitos atuaram no crime, sendo que quatro deles agiram dentro da joalheria.

Enquanto os assaltantes fugiam, outros três envolvidos os aguardavam no estacionamento do shopping, e os sete escaparam em dois carros. Ainda durante a tarde de ontem, esses dois veículos foram localizados no entorno do centro comercial e foi verificado que eles haviam sido roubados no estado de São Paulo.

Ainda conforme a Polícia Militar, os sete suspeitos se encontraram com outros dois antes de abandonar os carros e fugir em novos veículos. Até a tarde desta terça-feira (10), nenhum dos nove suspeitos havia sido preso.

Conforme os preços avaliados dos relógios Rolex roubados na loja, o prejuízo pode ter ficado entre R$ 52 mil e R$ 3,9 milhões. A PM ainda informou que um segurança foi feito de refém durante o assalto, sendo liberado no entorno do BH Shopping pouco tempo depois.

O assalto

Um assalto em uma joalheria do BH Shopping, no Belvedere, região Centro-Sul de Belo Horizonte, mobilizou a Polícia Militar e causou pânico em clientes. A reportagem do BHAZ compareceu ao local pouco após a liberação e conversou com testemunhas.

Um homem conta que estava no restaurante Pobre Juan, em frente à Manoel Bernardes, quando tudo aconteceu. “Escutamos uns barulhos esquisitos e, de repente, o pessoal começou a pular lá dentro do restaurante desesperado. Vimos eles correndo e fomos entender o que estava acontecendo uns dois, três minutos depois”, explicou o empresário Renato Martins.

“Foi uma correria danada aqui no shopping. O cara pegou um refém lá dentro da loja e beleza. Deu uma acalmada, pessoal fechou a porta do restaurante. Tem mais de duas horas que estamos aqui na confusão”, disse.

Em um primeiro momento, acreditou-se que o barulho das vitrines quebradas fosse de tiro. O empresário negou os disparos e contou que os suspeitos fizeram uso de marreta para quebrar os vidros da loja. A informação foi confirmada por uma vendedora de loja de calçados em frente à joalheria.

A jovem estava sentada com uma colega quando as duas ouviram um barulho de vidro quebrando. Em seguida, avistaram um funcionário da joalheria sendo levado por um dos suspeitos, com a arma apontada na cabeça. “Levantamos e eles já estavam catando as joias. Um estava apontando a arma para cima e o outro pegando o segurança de refém. Ficamos muito assustadas e fechamos a porta correndo”, narrou.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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