Pedido de blusa de frio no viaduto Lagoinha, em meio a recordes de temperatura em BH, acende alerta

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Pedido está fixado embaixo do viaduto da Lagoinha, em BH (Reprodução/@cadu_passos_/Instagram)

“Precisamos de blusa de frio”. É com essa mensagem impactante, em meio ao frio intenso que BH registra nos últimos dias, que as pessoas que passam pelo viaduto Lagoinha, na região Central, se deparam. Nesta quarta-feira (18), os termômetros da capital mineira marcaram a temperatura mais baixa do ano, com 6,7ºC. Com isso, os mais vulneráveis sofrem nas ruas, e o BHAZ separou alguns locais de doação de agasalhos na cidade.

O fotógrafo Cadu Passos andava em direção ao Centro no domingo (15) à tarde quando se deparou com a imagem que ilustra esta matéria. Os dizeres “precisamos de blusa de frio” atraíram a atenção do profissional. “Primeiro eu tinha feito um registro com o celular mesmo, do alto da passarela, pelos stories do Instagram. Depois, eu desci e fiz as fotos com a câmera profissional mesmo”, explica em entrevista ao BHAZ.

O profissional conta que já conhece as pessoas que vivem no local. “O problema da situação de rua não é algo de agora. Eu encaro essa situação com a urgência que se deve, já que frio e fome não se espera. Vamos tentar sanar esse problema de agora para construir uma saída com políticas públicas para a situação como um todo no futuro”.

Para quem quiser doar diretamente às pessoas que sobrevivem no viaduto da Lagoinha, Cadu explica para procurarem pelo Lisandro. “Ele é uma referência por lá e pode distribuir as doações”, continua o profissional de fotografia.

Ele ainda destaca que a Lagoinha não pode ser vista somente como local de drogas e outros problemas. “Lá tem muita gente trabalhando culturalmente, é um celeiro cultural muito grande. Acho importante chamar a atenção da população para esse outro aspecto. É um lugar que merece ser observado com mais cuidado”, completa.

Onde mais doar em BH?

A Acolhida Solidária Dom Luciano Mendes de Almeida da Arquidiocese de Belo Horizonte já iniciou a Campanha do Agasalho 2022. O local quer arrecadar blusas, gorros, luvas, roupas, cobertores e calçados. As doações podem ser feitas na arquidiocese de BH, na rua Além Paraíba, 208, bairro Lagoinha, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Unidades da PUC-Minas (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) também estão recebendo os itens.

O Servas (Serviço Social Autônomo) inicia a campanha “Calor Humano” neste domingo (22). Contudo, quem já quiser doar pode fazer o ato na sede do serviço. As doações são de agasalhos, cobertores e outros itens para o inverno. O endereço para entrega é na avenida Cristóvão Colombo, 683, Funcionários.

A Cruz Vermelha de Minas não está aceitando, no momento, doações físicas como itens de inverno, mas a ajuda financeira é bem-vinda. A chave PIX é pelo CNPJ 0697417600120. Já o depósito em conta bancária é pelo Banco Inter, agência 001 / conta 203348516.

Novo recorde de frio pode ser amanhã

O belo-horizontino amanheceu com temperaturas geladas nesta quarta-feira. De acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura atingiu 6,7ºC no início desta manhã. Com os ventos de 51 km/h, a sensação térmica ficou em -7ºC nas regiões mais elevadas da capital mineira. A previsão é de novo recorde para amanhã na cidade, com mínima prevista para 5ºC.

Para hoje, segundo o Inmet, o céu fica claro, sem chuvas. “Os bairros do Mangabeiras, Buritis e Belvedere, pontos elevados da capital mineira, foram os que mais sentiram a queda de temperatura”, explica o meteorologista Claudemir Azevedo. A umidade relativa do ar fica em torno de 35% durante a tarde. O recorde de frio deste ano havia sido registrado no último dia 10, com temperatura de 11,6ºC.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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