Para tratar dengue, BH terá postos exclusivos e mosquitos geneticamente modificados

(Mariana Poblet/PBH + World Mosquito Program + Agência Brasil/Divulgação)

A Prefeitura de Belo Horizonte anunciou a inauguração de três Centros de Atendimento à Dengue (CAD), nas regionais Barreiro, Venda Nova e Nordeste. Além disso, um mosquito geneticamente modificado será liberado na cidade a partir do próximo dia 4, como forma de combate à doença.

“A nossa expectativa é que o primeiro CAD seja inaugurado amanhã ou, no mais tardar, no fim de semana. O CAD é algo emergencial que estamos montando. É somente para pessoas que tenham suspeita de dengue”, explicou Jackson Machado Pinto, secretário municipal de Saúde, em coletiva na tarde desta quinta-feira (25).

Antes do paciente ser atendido no CAD, serão montadas tendas para triagem. Com isso, a pessoa será direcionada para um atendimento específico. Os centros devem atender, juntos, 2,3 mil pessoas por semana.

De acordo com o secretário, a epidemia de dengue é menor que o esperado pela prefeitura. São 4 mil casos confirmados e 14 mil em investigação. “São duas mortes investigadas. Uma é uma pessoa de Ibirité, na região metropolitana. Já a outra é de fato de um morador de Belo Horizonte. Ao que tudo indica, as pessoas foram infectadas por dengue tipo 2, que é uma forma grave da doença”, explica.

Mosquito modificado

Em um projeto ainda recente no Brasil, a Prefeitura de Belo Horizonte quer modificar geneticamente os mosquitos Aedes aegypti existentes na capital e região metropolitana.

“Estamos montando um insetário para a criação de um mosquito Aedes aegypti modificado, com a bactéria Wolbachia. Esse nova espécie é incapaz de abrigar qualquer vírus”, explica o secretário.

“No futuro, o objetivo é que os mosquitos de BH e região metropolitana não sejam mais capazes de abrigar ou transmitir o vírus. Na Austrália, a dengue foi extinta com essa estratégia. E, ela ecologicamente é perfeita. Não usa inseticida ou qualquer produto que faça mal à saúde humana”.

A característica intracelular da Wolbachia (vive apenas dentro de células) impõe limitações significativas na sua capacidade de dispersão, uma vez que ela só pode ser transmitida verticalmente (de mãe para filho) por meio do ovo da fêmea de mosquito. Como resultado, o sucesso da Wolbachia está diretamente ligado à capacidade de reprodução do inseto.

Curiosamente, a Wolbachia confere uma vantagem reprodutiva devido à chamada ‘incompatibilidade citoplasmática’: fêmeas com Wolbachia sempre geram filhotes com Wolbachia no processo de reprodução, seja ao se acasalar com machos sem a bactéria ou machos com a bactéria. E, quando as fêmeas sem Wolbachia se acasalam com machos com a Wolbachia, os óvulos fertilizados morrem. Saiba mais aqui.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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