Professores da UFMG aprovam greve para março e reivindicam reajuste salarial

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Os docentes da universidade pedem um reajuste de 19,99% (Amanda Dias/BHAZ)

A pouco mais de um mês para o retorno das aulas presenciais, os professores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) decidiram entrar em estado de greve a partir do dia 9 de março. Representados pelo APUBH UFMG+ (Sindicato dos Professores da UFMG), os docentes reivindicam um reajuste salarial.

A decisão foi tomada após um debate em assembleia geral realizada no último dia 17, que também reuniu professores e servidores de outras instituições federais brasileiras. Com o apoio do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a classe pede um reajuste de 19,99%, referente à inflação acumulada durante os três anos de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Na ocasião, a presidente do APUBH, Maria Rosaria Barbato, informou que enviará ao Andes um pedido para que o sindicato participe como observador das discussões e decisões sobre a greve nacional. Além disso, a professora pede que a luta também inclua os docentes aposentados.

“Para os que ainda gozam de paridade e integralidade, a proposta do governo federal de reajuste salarial para os servidores públicos é de reajustar benefícios como o auxílio-alimentação, auxílio-transporte, em lugar do salário. Essa proposta de reajuste não comtempla os aposentados, daí a necessidade de se encampar luta pela paridade, integralidade para que o reajuste incida sobre os salários e não sobre os benefícios”, disse.

Greve em ano eleitoral

A decisão foi tomada com o apoio de uma assessoria jurídica. Segundo o advogado Joelson Dias, por se tratar de um ano eleitoral, a greve não pode se estender para além de abril – prazo limite para que um projeto possa ser encaminhado ao Congresso Nacional para discussão e aprovação.

“A legislação eleitoral impõe seis meses antes da eleição, portanto, o mês de abril é o horizonte como prazo para que se possa encaminhar, no caso específico dos professores das instituições de ensino superior federais, qualquer projeto de lei dispondo sobre a reposição salarial”, disse

“Qualquer outra medida, qualquer outra vantagem salarial, qualquer outro tipo de reajuste, qualquer outro tipo de recomposição que vá além da recomposição das perdas inflacionárias já não poderia mais ser enviado, pois já não poderia mais tramitar a partir do dia 02 de abril”, acrescentou ele.

Procurada pelo BHAZ, a UFMG afirmou que não vai se posicionar a respeito da greve, que diz respeito a uma demanda dos profissionais ao governo federal.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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