Quando a passagem de ônibus volta a R$ 4,50 em BH? Entenda

Passagem de ônibus em BH
Com sanção de lei, passagem cairá de R$ 6 para R$ 4,50 (Transfácil/Divulgação)

Com o anúncio do acordo que vai trazer a passagem de ônibus de volta a R$ 4,50 em Belo Horizonte, uma dúvida despontou entre os moradores da capital: quando a redução da tarifa, prometida pela Câmara Municipal e pela Prefeitura de BH, passa a valer?

Para chegar à resposta, é preciso primeiro entender de onde vem a previsão de redução do valor: nessa quinta-feira (25), o prefeito Fuad Noman (PSD) e o presidente da CMBH, Gabriel Azevedo (sem partido), se reuniram e fecharam um acordo para garantir um subsídio de mais de R$ 512 milhões às empresas de ônibus.

O acordo garante que o PL 538/2023, que estabelece o subsídio e que está em tramitação no Legislativo desde março, será aprovado e se tornará lei. Quando isso acontecer, a passagem de BH cairá de R$ 6 para R$ 4,50 e deixará de ser a mais cara das capitais do Brasil.

Ainda ontem, o vereador Gabriel Azevedo garantiu que articulará com os vereadores para que o Projeto de Lei seja aprovado ainda em junho. O prefeito, por sua vez, prometeu sancionar a proposta assim que ela foi encaminhada ao Executivo.

Ou seja, ainda não há data certa para a redução da tarifa de ônibus de BH, mas a previsão é de que isso já aconteça no mês que vem.

Além das linhas regulares de ônibus, as linhas circulares e alimentadoras também terão a tarifa reduzida para o valor praticado até 22 de abril: R$ 3,15. Já as linhas que percorrem vilas e favelas continuarão gratuitas – até então era cobrada uma passagem de R$ 1.

Subsídio

O Projeto de Lei 538/2023 prevê um subsídio de R$ 512.795.984,57 às empresas de ônibus, dos quais cerca de R$ 392 milhões sairão dos cofres da prefeitura e R$ 120 milhões serão devolvidos pela CMBH a partir das parcelas mensais repassadas pela PBH, os chamados duodécimos.

Do valor total, R$ 492.247.206,37 serão repassados para o transporte convencional e R$ 20.548.778,20 para as linhas suplementares.

De acordo com a prefeitura, o subsídio estará atrelado ao cumprimento de alguns requisitos pelas empresas de ônibus, tais como manutenção, limpeza e ar-condicionado. Serão exigidas ainda 10% a mais nas viagens e 420 novos ônibus no sistema, entre renovação de frota e veículos adicionais.

Cinco gratuidades

Além de garantir a volta da passagem de ônibus a R$ 4,50, o projeto de lei deve criar cinco tarifas especiais para diferentes grupos da população da capital, inclusive um passe livre estudantil integral. As gratuidades foram propostas em substitutivo apresentado ao PL pelo vereador Gabriel Azevedo.

“Com essa união entre prefeitura e Câmara, essa lei que vai ser aprovada garante que, se o empresário não colocar ônibus no horário, sem lotação, com ar condicionado e qualidade, não recebe [subsídio]. E são cinco gratuidades incluídas no pacote”, afirmou o vereador após reunião com o prefeito Fuad Noman.

Os projetos que constam no substitutivo proposto por Gabriel Azevedo são a tarifa zero em vilas e favelas; o passe livre estudantil integral; um passe livre para pessoas com deficiência; um vale transporte para acesso a serviços de saúde; e um auxílio transporte social para a população de baixa renda.

As tarifas

O PL pode definir várias tarifas sociais com gratuidade para a população de BH caso o substitutivo seja aprovado, o que é garantido pelo vereador.

A primeira medida proposta é a tarifa zero para os micro-ônibus que circulam nas vilas e favelas de BH, intensificando o acesso dessa população à cidade formal e reduzindo barreiras de acesso à cultura, lazer e mercado de trabalho.

A segunda medida é a criação do passe livre estudantil integral em BH, com a subvenção de 100% do valor da tarifa correspondente ao percurso residência-escola-residência do beneficiário, inclusive nos feriados e nos finais de semana.

Outra proposta a ser incorporada para a aprovação do subsídio é o passe livre PNE, direcionado a pessoas portadoras de necessidades especiais e seus acompanhantes. O texto prevê a gratuidade da passagem e contempla pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas e mentais.

O quarto projeto é um “vale transporte da saúde“. A ideia é que a prefeitura institua uma plataforma eletrônica para consulta dos cidadãos, indicando o equipamento de saúde mais adequado para sua demanda, os horários e a rota de transporte público.

“Para cada solicitação de usuários, deverão ser gerados dois bilhetes eletrônicos com QR Code de ida e volta, para acesso ao equipamento de saúde especificado, preferencialmente em horários fora do pico de tráfego e de menor ocupação da unidade de saúde”, detalha o texto.

Por fim, o substitutivo condiciona a aprovação do subsídio à criação de um auxílio transporte social, com vigência até 31 de dezembro de 2026, para auxiliar a população de baixa renda de Belo Horizonte neste momento de pós pandemia e de crise econômica profunda.

O texto prevê a criação de um vale transporte de R$ 200 por mês para famílias de baixa renda, para mulheres que estejam sob medidas protetivas devido a situações de violência doméstica, e para pessoas que estejam em tratamento oncológico, quimioterápico ou radioterápico no SUS (Sistema Único de Saúde).

Edição: Giovanna Fávero
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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