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Samba de Belo Horizonte será reconhecido como patrimônio cultural imaterial em evento gratuito neste sábado

07/12/2024 às 09h32 - Atualizado em 07/12/2024 às 09h31
Foto: Julia Lanari/PBH

O samba de BH será elevado à condição de patrimônio cultural imaterial da cidade neste sábado (7). O reconhecimento será oficializado em evento gratuito no Mercado da Lagoinha, às 11h, e terá programação artística especial à tarde, com shows de escolas, rodas e blocos de samba.

A ação acontece na semana em que se celebra o Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro, mas é fruto de trabalho bem mais antigo. De acordo com Marcos Maia, coordenador geral do projeto ‘Horizontes do Samba: Inventário do Samba de BH’, documento que possibilitou a discussão sobre a elevação do movimento cultural à patrimônio imaterial da capital, o desejo de valorizar o movimento dos sambistas mineiros nasceu em 2015.

“Os pioneiros da ideia foram os integrantes da Escola de Samba Cidade Jardim, mas a solicitação de registro não foi pra frente na época. Em agosto de 2020, eu e Chiquinho Maciel fundamos um coletivo de sambistas, o Coletivo Mestre Conga. No meio da pandemia as coisas foram complicadas, mas o projeto tomou força. Então, em abril de 2021, nós fizemos uma live que aprofundou as discussões, a live ‘Samba de Belo Horizonte: História, Memória e Patrimônio Cultural”, conta Maia.

A reunião virtual contou com a participação de representantes da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), da Fundação Municipal de Cultura, de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), do jornalista e historiador Luiz Antônio Simas e, claro, de sambistas da capital. “Depois dessa live, nós começamos a fazer contato com entidades da cidade para discutir a questão da elevação”, relembra.

A movimentação do Coletivo Mestre Conga resultou num dossiê que mapeia a história do samba de BH. “Nosso objetivo geral é lutar por políticas públicas e projetos a favor dos sambistas e das sambistas de Minas”, explica o coordenador da iniciativa. A oficialização marcada para o próximo sábado celebra a história de resistência de uma cultura presente no estado desde o início do século passado. “A primeira Escola da Samba de BH nasceu em 1936 na Pedreira Prado Lopes, mas algumas manifestações são registradas de antes disso”, relembra Maia.

Processo de patrimonialização

Para a secretária de Cultura, Eliane Parreiras, reconhecer o samba como patrimônio cultural é valorizar o movimento que faz parte da nossa identidade. “O samba é a expressão mais pura da cultura do nosso país e da ancestralidade do nosso povo. Valorizá-lo e fortalecê-lo é reconhecer a importância da diversidade e da herança cultural afro-brasileira na construção da nossa cidade”, diz.

O dossiê elaborado pelo Coletivo Mestre Conga ‘argumenta’ a favor da elevação dos modos de fazer e consumir o gênero musical remetendo à figuras, lugares e momentos importantes para a história de BH, entre eles, o bairro Lagoinha. Parreiras também enxerga a relevância da região na consolidação da cultura na cidade. “O samba é presença constante na cidade, exemplo disso é a Lagoinha, considerada o reduto do samba na capital, local onde se originaram diversos grupos, compositores e blocos de carnaval. O samba é, inegavelmente, a nossa raiz cultural”, acrescenta a secretária.

Bernardo Correia, presidente da Fundação Municipal de Cultura, destaca que a produção do inventário contou com a participação de grupos e coletivos culturais que têm forte envolvimento com a cidade. “O inventário do samba de Belo Horizonte foi construído de maneira colaborativa. Foi um estudo conduzido pelo Poder Público e protagonizado por mestres e mestras do samba da cidade, além do Coletivo Mestre Conga. Exaltar esta arte é fundamental para reforçarmos que a cultura afro-brasileira está presente na nossa identidade”, defende.

Programação do evento

O evento, que faz parte da programação do Circuito Municipal de Cultura em comemoração aos 127 anos de BH, acontecerá no Centro Cultural Liberalino Alves de Oliveira/CRESAN Mercado da Lagoinha, com acesso gratuito e sem a necessidade de retirada de ingressos. O Circuito Municipal de Cultura é um projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, através da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Instituto Odeon. Veja a programação detalhada:

11h – Reunião Extraordinária do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município para análise do dossiê de Registro e deliberação do Samba como Patrimônio da Cidade.

14h30 – Roda de Samba com Mestras e Mestres de Belo Horizonte: Dona Eliza, Christina Valle, Eliete Ná, Lucinha Bosco, Dóris, Diza Franco, Jussara Preta, Regia Lopes, Bira Favela, Domingos do Cavaco, Fabinho do Terreiro, Lulu do Império, Carlos Tiburcio Crispim – Marraia, Nonato do Samba, Raimundo do Pandeiro, Ronaldo Coisa Nossa e Sô Marcelo.

Acompanhados da banda: Fabíola de Paula – bateria; Vanessa Rodrigues- baixo; Nanda Bento- surdo e tantã; Thay Santos – pandeiro e congas; Jô Silva- repique e percussão geral; Cissa do Cavaco – cavaco; Júlia Nascimento – violão e direção musical; Priscila Noberto – flauta; Paizinho do Cavaco – Violão 6 cordas; Evair Rabelo – Cavaquinho; Luiz Carlos Du pandeiro – Pandeiro e efeitos; Triskey – Violão 7 cordas.

16h30 – Escola de Samba Unidos dos Guaranys encontra Escola de Samba Cidade Jardim e Blocos caricatos Leões da Lagoinha e Estivadores do Hawaí. Participação especial da Monarquia do Samba.

17h30 – Samba da Calixto encontra Fran Januário e bloco Orisamba.

19h30 – Bloco Afro Fala Tambor encontra com o grupo Samba da Meia Noite.

Mestre de Cerimônia: Zu Moreira.

Então se liga!

Horizontes do Samba – Patrimônio Cultural BH
Local: Mercado da Lagoinha | Av. Pres. Antônio Carlos, 821 – Lagoinha
Data: 7 de dezembro
Horário: 11h às 22h
Gratuito

Anota aí!

Classificação etária: Livre
Entrada: Gratuita

Thiago Cândido

Aluno de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais. Repórter no BHAZ desde 2023. Vencedor do Prêmio CDL/BH de Jornalismo de 2024.
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Thiago Cândido

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Aluno de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais. Repórter no BHAZ desde 2023. Vencedor do Prêmio CDL/BH de Jornalismo de 2024.

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