Seguranças do Mineirão denunciam Djonga por agressão e rapper se defende: ‘Agora eu reagi’

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Vídeo registrado por torcedores mostra o momento em que o rapper dá um soco no rosto do segurança (Reprodução/Redes sociais + @djongador/Instagram)

Dois seguranças do Mineirão, na Pampulha, registraram uma ocorrência policial contra o rapper mineiro Djonga nesse domingo (12), durante o primeiro jogo da final da Copa do Brasil. Os funcionários acusam o músico de agredi-los “física, moral e psicologicamente” no final da partida disputada pelo Atlético contra o Athletico Paranaense.

A Polícia Militar chegou ao estádio por volta das 19h e conduziu o cantor e os dois seguranças, de 38 e 39 anos, para a delegacia. Na versão dos funcionários, tudo começou depois que um grupo de torcedores tentou ultrapassar uma barreira que separa os setores do estádio.

Nesse momento, Djonga teria proferido palavras de baixo calão a um dos seguranças, que o abordou e pediu para que respeitassem as ordens, conforme relato dos funcionários à PM. O rapper então teria o agredido com socos e pontapés, utilizando os gradis de proteção para o encurralar.

Ainda segundo o registro policial, Djonga teria ameaçado o funcionário, dizendo que iria agredi-lo ainda mais do lado de fora do estádio. A segunda vítima disse que tentou separar a briga, mas também foi atingida. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que o rapper dá um soco no rosto do segurança. Veja:

‘Agora eu reagi’

O rapper de BH, torcedor fanático do Atlético, se manifestou nesta segunda-feira (13) sobre o ocorrido. Pelo Instagram, Djonga assume que agrediu um dos seguranças como resposta a um episódio de racismo sofrido por ele.

“O vídeo que tá rolando aí é um trecho, um pedaço, de uma situação que vem se arrastando desde lá de dentro, vem se arrastando desde semana passada que rolou comigo”, desabafa o músico, sem explicar com detalhes o que teria acontecido.

“Agora eu reagi, ‘tá ligado’? Na maioria das vezes eu não reajo. Se eu reagisse todas as vezes que alguém me trata com discriminação, ‘nó’! Todo dia vazava vídeo meu. Dessa vez eu reagi e tá feito, entendeu? O que aconteceu eu nunca vou conseguir provar, mas é isso”, continuou.

Na sequência, ele pede desculpas à sua mãe, que faz aniversário hoje. “Ir no meu show e ficar gritando ‘fogo nos racistas’ é fácil. Difícil é aceitar quando eu ou qualquer um REAGE. Desculpa, mãe, hoje é o seu aniversário e eu não queria dar desgosto”, escreveu.

Caso será investigado

Procurada pelo BHAZ, a Polícia Civil disse que, após ser ouvido em uma delegacia, Djonga assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência por lesão corporal leve e foi liberado em seguida. “O procedimento foi encaminhado à Justiça para as providências cabíveis”, conclui a nota (leia na íntegra abaixo).

O que diz o Mineirão?

A reportagem também procurou a administração do Mineirão, que disse que o registro policial foi feito dentro do próprio estádio, e que “lamenta e repudia qualquer ato de violência, e está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações” (leia na íntegra abaixo).

Nota da Polícia Civil na íntegra

“Sobre a ocorrência registrada nesse domingo (12/12), no Estádio Mineirão, envolvendo o músico de 27 anos, a Polícia Civil de Minas Gerais informa que o envolvido foi encaminhado à Delegacia de Eventos, onde foi ouvido pela autoridade policial e, em seguida, assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal leve e, em seguida, liberado. O procedimento foi encaminhado à Justiça para as providências cabíveis”.

Nota do Mineirão na íntegra

O Mineirão teve conhecimento do fato envolvendo o rapper Djonga e a equipe de vigilantes da área de hospitalidade, ocorrido nesse domingo (12), durante o jogo Atlético x Athletico-PR, pela Copa do Brasil. O boletim de ocorrência foi registrado na delegacia de plantão, localizada no próprio estádio. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. O Mineirão lamenta e repudia qualquer ato de violência, e está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações”.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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