Suspeita de matar mãe e filha em BH agiu por vingança e tentou se matar, diz polícia

Amanda Christina Souza Pinto
Amanda matou a criança ao perceber que não conseguiria arcar com custos (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil indiciou a mulher de 34 anos suspeita de matar a mãe e a filha, no bairro Piratininga, em Venda Nova. De acordo com a investigação, Amanda Christina Souza Pinto agiu por vingança após ser confrontada pela mãe, 67, sobre questões financeiras da casa.

Com a conclusão do inquérito, a investigada irá responder por duplo homicídio, qualificado por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

A mulher, que foi parar no hospital depois de cometer os crimes e tentar se matar em seguida, chegou a ser transferida para o sistema prisional, mas precisou ser internada novamente. Amanda Christina Souza Pinto, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, segue sob escolta policial na unidade de saúde.

Dinâmica do crime

Conforme as investigações do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a suspeita teria matado a mãe no dia 13 de março depois de ser confrontada pela vítima. 

A idosa, que pagava pelo financiamento do apartamento no qual morava com a filha e a neta, havia descoberto que o imóvel já estava quitado desde novembro do ano passado. Como ela repassava o dinheiro para a filha fazer o pagamento das parcelas, decidiu questioná-la.

A idosa foi recebida com um golpe mata-leão e morreu estrangulada. Depois de matar a mãe, Amanda Christina Souza Pinto cobriu o corpo com um lençol e jogou borra de café ao redor para evitar mau cheiro.

No dia seguinte à morte da mãe, ela matou a própria filha, de 10 anos. Ainda segundo a polícia, como a idosa era responsável por manter as contas da casa, a suspeita percebeu que não teria como arcar com a criação da menina.

De acordo com a chefe do DHPP, Letícia Gamboge, a suspeita relatou que teria decidido se matar, mas, antes, conversou com a filha e deu à criança a escolha de “morrer ou ir para um abrigo”. O pai da criança foi assassinado em 2018 e Amanda não aceitava o contato da família paterna com a menina. Ela, então, matou a filha estrangulada.

No dia 15 de março, após os dois homicídios, a mulher teria destravado o registro do gás da casa e colocado a cabeça sobre a trempe do fogão, possivelmente tentando um suicídio. Ao sentir o cheiro forte, os vizinhos acionaram o Corpo de Bombeiros, e os militares encontraram a mulher desacordada.

‘Manipuladora, fria e possessiva’

A delegada Iara França, que coordena as investigações, contou que, inicialmente, Amanda Christina Souza Pinto teria dito que matou a mãe durante uma brincadeira. Porém, por meio das investigações, a equipe da Polícia Civil notou que a versão não se sustentava.

“Essa mulher é uma pessoa extremamente manipuladora, fria e possessiva. Ela tinha todo o controle da casa, não trabalhava, não queria fazer o serviço da casa nem trabalhar fora, não queria tomar conta da própria filha”, disse a delegada, que ressaltou que quem cuidava da criança era a avó.

Ela também informou que a suspeita não tem histórico de depressão ou de uso de medicamento controlado. O chefe da Divisão Especializada de Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), Frederico Abelha, reforçou que o fato de uma pessoa ter um distúrbio mental não quer dizer que ela seja inimputável.

“Se ao momento do fato ela tinha entendimento de que aquilo estava ocorrendo, da forma como estava ocorrendo, e ela agiu durante dois, três dias, de uma forma regular, isso é um indicativo de que ela sabia muito bem o que ela estava fazendo”, afirmou.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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