Apenas 6% dos estudantes da Faculdade de Direito da UFMG são honestos. Na Fafich (Faculdade de Filosofia e Ciência Humanas), da mesma universidade, o índice também seria reprovado: 45%. Por outro lado, os frequentadores das faculdades de Engenharia e Arquitetura, da Fumec, e de Odontologia, da federal mineira, possuem a taxa mais alta de confiabilidade: 96% e 92%.
Não, essas estatísticas não fazem parte de um levantamento embasado em método científico. Longe disso (até parece que apenas seis em cada 100 alunos de Direito da UFMG são confiáveis, né?!). Mas são as conclusões parciais de um interessante projeto idealizado pelo estudante de Engenharia da UFMG, Matheus Palhares, e do médico William Hastenreiter.
“Nosso objetivo não é criar uma disputa entre faculdades, não é fazer um levantamento estatístico – até por isso, não usamos o termo “honesto”, mas “preparado”. Desejamos apenas despertar a reflexão nas pessoas. O picolé que está na faculdade ou no colégio é o mesmo que está no supermercado, a diferença é que na nossa experiência não tem fiscal, caixa nem segurança”, afirma Palhares à Bhaz.
O experimento começou no fim de abril após o estudante voltar neste ano de um intercâmbio na Alemanha, onde vivenciou avaliações semelhantes. O teste consiste no seguinte: um freezer com centenas de picolé é deixado em alguma instituição de ensino (a ideia é levar para espaços públicos e empresas) acompanhado por um banner explicativo: “1 picolé: R$ 2 – Escolha o seu e deposite o dinheiro na urna”.
Ao lado do freezer, os idealizadores deixam uma urna trancada com um cadeado e rodeada com correntes. “Se alguém tentasse arrombá-la, deixaria marca com certeza”, diz o estudante. Ao fim de uma semana aproximadamente, os organizadores recolhem o material e calculam o percentual entre picolés consumidos e dinheiro arrecadado.
Até o momento, o Teste do Picolé já foi feito em sete instituições: Fafich e nas faculdades de Engenharia e Arquitetura (Fumec), Odontologia (UFMG) e Direito (UFMG), além do prédio da reitoria da universidade federal mineira e dos colégios Maximus, no bairro Palmares, e Magnum, no bairro Buritis.
Confira o ranking:
O objetivo é fazer em todas as faculdades, em todos os colégios, em todos os locais nos quais os idealizadores conseguirem autorização. “Estamos batendo de porta em porta. Todo o custo é coberto por nós mesmos, não temos patrocinador muito menos algum vínculo partidário. Quando terminarmos o experimento, pretendo fazer um relatório para transformar esse teste em créditos na faculdade”, planeja Palhares.
O Teste do Picolé está atualmente no ICEx (Instituto de Ciência Exatas), também na UFMG. Quem quiser acompanhar o trabalho, toda a experiência está sendo relatada na página do Facebook Paga Brasil.
Críticas
O experimento gerou algumas críticas no Facebook pela ausência de critérios estatísticos. Veja: