O desacerto no pagamento de um programa sexual está sendo apontado pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) como motivação para o homicídio da travesti Mirella de Carlo de 39 anos. O suspeito, de 27, foi preso após constatação de indícios sobre o seu envolvimento no crime. A vítima foi morta no dia 19 de fevereiro deste ano, dentro do seu apartamento, no bairro Carlos Prates, capital. No local do fato, foram encontrados preservativos usados e uma mancha de sangue na cama, ambos compatíveis com material genético colhido do suspeito.
Por meio do rastreamento de objetos furtados da casa da vítima, um celular e um notebook, a PCMG conseguiu identificar os receptadores das mercadorias e, sobretudo, o executor do crime. “No início, ele negou o homicídio, apresentando uma versão fantasiosa e desconexa”, contou a delegada que coordenou o Inquérito Policial Adriana Rosa.
No entanto, “com sua autorização, foi colhido seu material genético para confrontação com o material genético colhido no local dos fatos, sendo que o resultado deu positivo. O perfil genético de Caio Cesar estava presente na cena do crime”, completou.
Após a conclusão dos exames, o homem assumiu a autoria do crime. Ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e furto. Outras cinco pessoas foram indiciadas por receptação.
Durante declarações, o suspeito contou que, no dia dos fatos, estava à procura de uma travesti para realização de programa sexual. Ele disse ainda que, quando passava pelo local, avistou Mirella na janela, momento em que ela ofereceu serviços sexuais a um valor de R$ 100.
“Segundo o suspeito, durante o programa foram realizados dois atos sexuais, sendo que ao final a vítima teria solicitado o valor complementar de R$50 reais pelo ato sexual ‘extra'”, ressaltou.
Como não tinha o valor requerido, ele iniciou uma discussão com a vítima. Mirella então ameaçou chamar outra amiga para ajudá-la, assim como acionar a polícia. Preocupado em tornar o caso público, ele segurou a vítima pelo pescoço, aplicando-lhe um golpe conhecido como mata-leão.
O suspeito confessou a agressão, mas negou tê-la asfixiado com a toalha. No entanto, a delegada ressaltou que a hipótese mais provável é de que, após a agressão, a vítima tenha desmaiado, momento em que o agressor utilizou a toalha para matá-la.
Da Polícia Civil