UFMG retoma atividades presenciais de forma integral no próximo período letivo

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Alunos de graduação, pós-graduação e atividades de extensão retornam aos espaços físicos em março (Amanda Dias/BHAZ)

A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) anunciou nessa quinta-feira (24) a retomada das atividades presenciais no primeiro período letivo de 2022, em 26 de março. Estudantes de graduação e pós-graduação voltam a ocupar os espaços físicos da universidade, em Belo Horizonte e Montes Claros, o que vale também para atividades de extensão.

De acordo com a pró-reitora de Graduação, Benigna Maria de Oliveira, os métodos de ensino remoto ajudaram a manter os vínculos entre aluno e universidade. Porém, ressalta que eles foram adotados com período de expiração. “O ERE [Ensino Remoto Emergencial] e o EHE [Ensino Híbrido Emergencial] foram muito importantes para viabilizar o ensino de graduação nesses dois anos e contribuir para manutenção do vínculo dos estudantes com a Universidade, mas como se trata de regimes excepcionais têm suas limitações e foram adotados de forma temporária”, diz.

Assim sendo, o retorno ao presencial permitirá solidificar tais vínculos e assegurar a qualidade do ensino, principalmente falando de atividades práticas. Outro objetivo é garantir a inclusão e a permanência dos estudantes no ensino superior. Para exemplificar, Benigna cita os cursos da área da saúde, que retomaram suas atividades práticas e de assistência ainda no segundo semestre de 2020, nos estágios iniciais da pandemia do novo coronavírus.

“Ficou evidente que o retorno era fundamental para que essas atividades, incluindo às de caráter assistencial, fossem desenvolvidas de forma adequada, contribuindo para a qualidade da formação desses estudantes. Elas se constituem em apoio importante para diversos setores da sociedade, como os serviços de saúde”, avalia a pró-reitora. Segundo ela, a participação em atividades de extensão, além das culturais, esportivas e de mobilidade são outros ganhos para a formação dos estudantes na universidade mineira.

UFMG vai seguir medidas de biossegurança

Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da UFMG, afirma que as instalações da universidade estão se preparando para receber os alunos. “A UFMG tem-se esforçado para construir um ambiente seguro, com adoção das medidas de biossegurança recomendadas pelo Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus, como uso obrigatório de máscaras, realização de campanhas para garantir a vacinação da comunidade e de mapeamento dos espaços físicos e oferta de álcool em gel para higienização frequente das mãos”, exemplifica.

Vale lembrar que muitos estudantes ainda não frequentaram os espaços físicos da UFMG, uma vez que a pandemia entrou no caminho. A reitora afirma que os próprios estudantes pedem o retorno presencial e também a vacinação, que já alcançou avanços na capital mineira. Com a adoção de “todos os cuidados possíveis”, isso se torna possível agora.

Sandra acrescenta que, no cenário epidemiológico atual, a UFMG utiliza o MonitoraCovid como ferramenta de controle sobre a situação vacinal e os estudantes contaminados. Recorrendo ao mecanismo, o indivíduo consegue agendar até mesmo um teste do tipo PCR para detectar a doença. Com a finalidade de “analisar a possibilidade de solicitação de comprovante vacinal como mais uma forma de contribuir, de forma ética e responsável, com a vacinação coletiva”, a líder acabou de criar uma comissão, por meio do Conselho Universitário.

‘Chegou o momento’, diz pró-reitor

Outro líder estudantil que defende o retorno presencial à UFMG é Fabio Alves. O pró-reitor considera que o sistema de pós-graduação stricto sensu – isto é, aqueles cursos focados em áreas mais específicas – foi inicialmente concebido para ser presencial. Mesmo assim, avalia que a universidade foi bem-sucedida nas atividades remotas.

“Entendemos ter chegado o momento de retorno às atividades presenciais […] O desafio agora é garantir que as atividades sejam desenvolvidas presencialmente na forma como foram concebidas e aprovadas”, observa. Fabio Alves diz esperar ampla presença de estudantes e professores da pós-graduação a partir do início do próximo período letivo.

Além disso, a expectativa é de que as atividades de extensão sejam retomadas de forma presencial, respondendo à demanda de setores sociais que atuam em conjunto com a UFMG. De acordo com , a pró-reitora de Extensão, Cláudia Mayorga, “esse contato dialógico e presencial da UFMG na interface dos territórios é muito importante e contribui significativamente para a formação dos estudantes”.

Regulamentação

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, decretada em março de 2020, este é o primeiro semestre com atividades integralmente presenciais na UFMG. São dois anos longe dos campi, o que demandará um período de adaptação por parte de todos, alerta Benigna Maria de Oliveira. Ela ressalta que não apenas os calouros de graduação precisarão desse estágio, mas também os veteranos.

No dia 17 deste mês, a Câmara de Graduação aprovou a Resolução 2/2022, que dita sobre as flexibilizações temporárias do regime acadêmico e diretrizes sobre processos avaliativos dos cursos de graduação durante a pandemia. O texto considera a possibilidade de concessão de regime especial para estudantes que não conseguirem atender ao campus presencialmente para eventuais exames, quando houver indicação de isolamento ou quarentena por confirmação do diagnóstico da Covid-19.  

Já que a pandemia ainda não terminou, a UFMG se empenha em possibilitar os encontros de acordo com os protocolos, visando à segurança dos estudantes. Para tal, o Cepe (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão) da UFMG aprovou e regulamentou o retorno das atividades presenciais, em conformidade com os protocolos de biossegurança definidos no Plano de Retorno Presencial. Mais que isso, a universidade federal segue as diretrizes das câmaras de graduação, de pós-graduação e de extensão.

É importante dizer que, em situações excepcionais, as aulas presenciais poderão ser substituídas pelas remotas. Mas as unidades acadêmicas precisam justificar os empecilhos de cumprir as normas de biossegurança previstas no plano de retorno, caso existam em razão de limitações de infraestrutura. A partir disso, a diretoria da unidade acadêmica avaliará a ocasião, podendo também acionar as câmaras de graduação, pós-graduação e extensão para contribuir.

Estudantes devem consultar Plano de Retorno

O pró-reitor Fabio Alves pontua que as orientações aos programas de pós-graduação reiteram o caráter presencial dos programas stricto sensu. Desse modo, exceções deverão ter justificativas encaminhadas aos colegiados para análise. As atividades ofertadas em conjunto com outras instituições de ensino superior, que necessitem de suporte virtual, poderão ser ofertadas em formato remoto ou híbrido, por exemplo.

Já sobre as atividades de extensão, a pró-reitora Cláudia Mayorga destaca que interessados em projetos com seleções abertas para bolsistas e voluntários podem conferir as oportunidades no site da Proex e nos Cenex (centros de Extensão) de cada unidade acadêmica. Mesmo assim, ainda é necessário estudar se a oferta de certas atividades no formato virtual, excepcionalmente, segue pertinente.

O Plano de Retorno deve ser consultado caso o indivíduo apresente dúvidas ou questionamentos sobre as condições do atendimento presencial às aulas. As unidades acadêmicas dispõem de comitês locais de enfrentamento do coronavírus para acompanhar a situação epidemiológica dos alunos, de acordo com suas especificidades.

Legislação e retorno presencial confluem

As medidas de caráter excepcional adotadas pela universidade, ao longo dos regimes remoto e híbrido, foram respaldadas pela Lei 14.040, de agosto de 2020. Seguindo a Lei 14.218, publicada em outubro de 2021, as normas vigentes anteriormente só podem valer até o fim do segundo período letivo da UFMG. Isto é, nesta sexta-feira (25).

“Portanto, para o ano letivo de 2022, a Universidade não tem mais amparo legal para permanecer no ERE ou no EHE, devendo retomar a oferta de seus cursos no modo presencial”, afirma a pró-reitora de Graduação, Benigna de Oliveira.

Mais que a legislação, a UFMG também segue a etapa 3 do Plano de Retorno, que foi definida em dezembro do ano passado. A resolução autoriza a retomada das atividades neste período letivo e pontua que não há mais limite de teto para a ocupação física dos espaços da UFMG por atividades presenciais.

Um requisito primordial para o retorno é que as medidas determinadas no plano sejam cumpridas, como o uso obrigatório de máscaras adequadas, distanciamento social e ventilação dos ambientes.

“Como medida educativa, a UFMG está distribuindo máscaras PFF2 para as pessoas em atividade presencial e conta também com o Monitora UFMG, que faz o acompanhamento dos registros e encaminha os casos suspeitos para testagem nos laboratórios da Universidade”, pontua a reitora Sandra Goulart Almeida.

Com UFMG

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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