UniBH inaugura espaço de atenção à saúde mental da população LGBTQI+ com atendimento gratuito

bandeira lgbt
Ambulatório da Diversidade visa oferecer atendimento acessível à comunidade LGBTQIA+ (FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Unsplash)

Nesta quinta-feira (9), o UniBH inaugura o Ambulatório da Diversidade, espaço que visa oferecer atendimentos psicoterápicos voltados para a população LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social na capital. Os atendimentos serão gratuitos e agendados conforme encaminhamento da rede socioassistencial.

A equipe será formada por alunos e professores do curso de psicologia da faculdade UniBH. O Ambulatório funcionará na Clínica Integrada da Saúde, instalada no Campus Buritis. A iniciativa é uma ação vinculada ao projeto de extensão Mosaico, que atendeu o público no segundo semestre desse ano.

Com o sucesso do projeto de extensão, a iniciativa cresceu e virou o Ambulatório da Diversidade. Durante o período, alguns atendimentos ocorreram de forma online por causa da pandemia de Covid-19, porém essa modalidade não abarcava a todos.

Função social

Segundo o professor João Henrique de Sousa Santos, coordenador do projeto, o atendimento presencial é importante para garantir o acesso de todos aos cuidados com saúde mental. “Nossas equipes atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social e, portanto, nem todas têm acesso à internet para a realização dos acolhimentos”, destaca.

“Essa oportunidade tem contribuído radicalmente para o processo formativo de estudantes. Alunos e alunas têm desenvolvido um olhar mais crítico para a realidade social, compreendido o lugar da clínica e sua função política junto à sociedade, além do desenvolvimento de uma escuta qualificada para compreender o sofrimento humano em todas as dimensões”, completa o professor.

A coordenação dos atendimentos é feita por João Henrique – que é psicólogo, psicanalista, professor no UniBH e responsável técnico pela Clínica Escola de Psicologia – e por Isabella D’Ávila, psicóloga e líder do Núcleo de Orientação Psicopedagógica e Inclusão (Napi), do UniBH.

“Semanalmente os estudantes têm encontros de supervisão com os coordenadores para discussão e condução dos casos atendidos. Nesses encontros nós os auxiliamos na leitura teórico-clínica do caso no campo da saúde mental e as possibilidades de articulação em rede para questões sociais”, explica.

Inauguração terá roda de conversa

Durante a inauguração do Ambulatório da Diversidade, será realizada uma roda de conversa conversa com integrantes de outros serviços à comunidade LGBTIA+, entre 19h e 21h, na quinta-feira (9). O encontro será guiado por João Henrique e Isabella D’Ávila, coordenadores do projeto.

Os realizadores da roda são o Núcleo de Orientação Psicopedagógica e Inclusão (NAPI) do UniBH e o projeto de extensão Mosaico. Para participar, basta se inscrever neste link.

Estarão presentes os psicólogos Carú de Paulacoordenador do projeto Acolhe LGBT+, mestrando em Psicologia Clínica pela PUC-SP; Thomaz Oliveira, supervisor do projeto Acolhe LGBT+, cujo trabalho abrange diversas minorias sociais; e Patrícia Oliveira, assessora parlamentar na Câmara Municipal de Belo Horizonte, coordenadora de relações institucionais da ONG Transvest.

Wagner Lopes, analista de Políticas Públicas e Assistente Social na PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) e atual coordenador do Centro de Referência LGBT do município, também vai participar da conversa.

Futuro do projeto

Segundo os coordenadores, a expectativa de atendimentos no Ambulatório da Diversidade é de 45 pessoas por semana, no primeiro semestre de 2022 – totalizando, assim, 180 atendimentos mensais.

“Existe a perspectiva de ampliar a oferta de serviços, de modo a possibilitar uma assistência e cuidado mais amplos à população LGBTIA+ e, consequentemente, aumentar o número de atendidos.” afirma Santos.

O docente ressalta a importância da iniciativa, tanto para estudantes envolvidos, quanto para o público atendido: “A população LGBTIA+ faz parte de uma das muitas minorias sociais que sofrem os efeitos da violência e preconceitos presentes na sociedade. Esse histórico de violência, exclusão e negligência promove marcas significativas na saúde mental. Acolhemos pessoas em situação de vulnerabilidade social, sem condições de acessar um serviço privado de Psicologia”.

“Ter um espaço seguro, poder relatar suas histórias de vida, as violências vividas e construir, em parcerias com os estudantes, saídas possíveis e elaborações é fundamental para que muitas dessas pessoas continuem vivendo. Os estudantes, por sua vez, desenvolvem uma escuta empática e qualificada e leitura crítica da realidade social, além da compreensão do papel político e social da Psicologia”, finaliza.

Edição: Giovanna Fávero
Giulia Di Napoli[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!