Anestesista Giovanni Quintella, que abusou de mulher durante o parto, é indiciado por estupro de vulnerável

giovanni quintella
A Polícia Civil informou que 19 pessoas foram ouvidas no inquérito e os medicamentos usados por Giovanni Quintella passaram por perícia (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, acusado de estuprar uma paciente durante o parto. Ele será indiciado pelo crime de estupro de vulnerável.

O inquérito, enviado à Justiça, foi concluído pela Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde ocorreu o crime. Em nota enviada ao BHAZ, a Polícia Civil informou que 19 pessoas foram ouvidas no inquérito e os medicamentos usados pelo médico no parto passaram por perícia.

Outros cinco casos continuam sendo investigados pela delegacia, entre eles, estão os de duas mulheres que tiveram filhos no mesmo domingo (10) e foram sedadas por Giovanni Quintella Bezerra. A delegada Bárbara Lomba que está à frente das investigações, ainda apura a possibilidade de o crime ter sido praticado também em mais de 30 mulheres que passaram por procedimentos com o médico.

MP formaliza denúncia

Na sexta-feira passada (15), o anestesista virou réu pelo crime de estupro de vulnerável. A decisão foi do juiz Luís Gustavo Vasques, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que recebeu denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro contra o médico.

Na denúncia, os promotores apontaram que “o crime foi cometido contra mulher grávida e com violação do dever inerente à profissão”. O MP pediu ainda que fosse decretado sigilo no processo, para preservar e resguardar a imagem da vítima.

O processo contra o anestesista começou com a gravação do crime feita pela equipe de enfermagem que participava do parto, que desconfiou do comportamento do médico. Os agentes fizeram a prisão em flagrante do anestesista ainda no Hospital da Mulher Heloneida Studart, onde ocorria o parto, em São João de Meriti (veja aqui).

Para os promotores que ofereceram a denúncia, Giovanni Quintella Bezerra agiu de forma livre e consciente. “Com vontade de satisfazer a sua lascívia, praticou atos libidinosos diversos da conjunção carnal com a vítima, parturiente impossibilitada de oferecer resistência em razão da sedação anestésica ministrada”, apontaram.

Anestesista pode ter registro cassado

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) informou que Giovanni Quintella Bezerra está impedido provisoriamente de exercer a medicina em todo o país. O conselho decidiu, ainda, instaurar um processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação definitiva do registro.

“Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, garantiu o presidente do conselho, Clóvis Munhoz, no último dia 12.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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