Bolsonaro abandona coletiva após ser questionado sobre ‘Mais Médicos’

Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) abandonou uma entrevista coletiva enquanto respondia questões sobre a retirada de Cuba do programa Mais Médicos. O fato aconteceu nessa sexta-feira (16), após o futuro presidente se reunir com o almirante Eduardo Bacellar, comandante da Marinha, no 1º Distrito Naval, no centro do Rio de Janeiro.

“Como o assunto saiu da área militar, quero agradecer a todos vocês aqui”, disse Bolsonaro antes de sair da sala, dando fim a entrevista que durou menos de quatro minutos.

Antes disso, Bolsonaro chegou a responder um dos questionamentos e reiterou a decisão de impor novas exigências aos profissionais cubanos, vinculados ao Programa Mais Médicos.

Segundo ele, o motivo tem razões humanitárias, para protegê-los do que considera “trabalho escravo” e preservar os serviços prestados à população brasileira. Ele garante que o programa não será suspenso.

“Talvez a senhora – se dirigindo à jornalista – seja mãe, já pensou em ficar longe dos seus filhos por um ano? É essa a situação de escravidão que praticamente as médicas e os médicos cubanos estão sendo submetidos no Brasil”, disse após café da manhã com o comandante da Marinha.

O presidente eleito afirmou ainda que o acordo de repasse de parte dos salários dos médicos para o governo de Cuba contraria os direitos dos profissionais e questionou o serviço prestado. “Imaginou também confiscar 70% do salário? Nunca vi uma autoridade no Brasil dizer que foi atendido por um médico cubano. Será que nós devemos destinar esse atendimento aos mais pobres sem qualquer garantia que eles sejam razoáveis, no mínimo? Isso é injusto e desumano”, disse.

O presidente eleito reiterou também que há “relatos de verdadeiras barbaridades” por profissionais de Cuba. “O que temos ouvido de muitos relatos são verdadeiras barbaridades. Queremos o salário integral e o direito de trazer as famílias para cá. Isso é pedir muito? Está nas nossas leis.”

A coletiva foi compartilhada no perfil do Facebook do futuro presidente.

Governadores e reuniões

O presidente eleito disse ainda que vai se reunir com Paulo Guedes, indicado para o Ministério da Economia, para analisar a carta dos governadores, que reúne 13 itens, incluindo propostas e elencando prioridades. Ele afirmou que ainda não leu todo o documento.

Bolsonaro deverá desembarcar em Brasília na manhã de terça-feira (20) e se reunir logo cedo com o ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário. Inicialmente, o presidente eleito anunciou que parte da CGU poderá ser absorvida pelo Ministério da Justiça. A definição está em aberto.

Também para a terça-feira estão previstas reuniões com o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, e representantes da Associação das Santas Casas do Brasil, no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB).

As reuniões com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Raimundo Carreiro, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, estão previstas para a tarde de terça-feira.

Na quarta-feira (21), Bolsonaro deverá se reunir com os governadores eleitos e reeleitos do Nordeste. Na semana passada, o governador do Piauí, Wellington Dias, confirmou o encontro, uma vez que, entre os governadores da região, ele foi o único que pôde comparecer ao encontro de governadores eleitos promovido em Brasília pelos futuros governadores de São Paulo, João Doria, e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Há ainda a possibilidade, não confirmada oficialmente, de o presidente eleito ir para São Paulo. Bolsonaro deverá ser submetido a uma bateria de exames, no Hospital Albert Einstein, para preparar a retirada da bolsa de colostomia. A cirurgia para remoção da bolsa está prevista para 12 de dezembro.

Com Agência Brasil

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