Brasileira presa na Alemanha após ter malas trocadas diz que ficou em cela com fezes nas paredes

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Mulheres foram vítimas de quadrilha que trocou etiqueta das malas no aeroporto de Guarulhos (Reprodução/@katyna.baia/Instagram)

Após mais de um mês, as duas brasileiras presas em Frankfurt, na Alemanha, seguem tentando diálogo com a polícia alemã. A personal trainer Kátyna Baía, uma das goianas que teve a mala trocada por bagagens com drogas no aeroporto de Guarulhos, conta que ficou em uma cela com fezes nas paredes.

A médica veterinária Jeanne Paollini, esposa de Kátyna, disse ao Fantástico (TV Globo) desse domingo (10) que caminhou algemada pelo aeroporto alemão, escoltada por policiais, sem saber o que estava acontecendo.

“O policial apresentou as supostas malas, nós falamos de imediato que aquelas malas não eram nossas”, recorda Jeanne. “Nós nunca convivemos nesse ambiente. Dói muito ficar aqui todo dia. Eu acordo e penso: meu Deus, esse pesadelo ainda não acabou”, desabafou.

O casal, que passaria cerca de três semanas no continente europeu, acabou transferido para um presídio feminino. Kátyna contou que a cela era “fria e sem janelas” e que as paredes têm escritos de fezes.

Diálogo com autoridades alemãs

Em audiência de custódia nessa quarta-feira (5), a Justiça da Alemanha manteve as brasileiras presas preventivamente. Embora considerem os indícios da inocência do casal, autoridades na Alemanha buscam acesso a mais provas antes de liberá-las.

A defesa das goianas ressalta que o juiz e a promotoria só receberam as fotos e o relatório escrito da Polícia Federal e que precisam dos vídeos dos dois aeroportos, os mandados de prisão dos envolvidos já foram identificados e, por fim, o acesso ao inquérito completo.

“Elas tão exaustas, no limite delas. Passou um mês e elas percebem que cada hora vem uma nova dificuldade”, destacou uma das advogadas do casal, Luna Provázio, ao Fantástico.

Funcionários trocaram bagagens do casal

Câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, mostram quando um funcionário troca as etiquetas das malas das brasileiras que seguiam para a Alemanha durante o transporte de bagagens. Os responsáveis pela troca seriam funcionários terceirizados, integrantes de uma quadrilha que trafica drogas para o exterior.

Uma série de gravações usadas na investigação mostra que enquanto alguns membros do grupo trocavam as etiquetas e tiravam fotos das malas, outros transportavam a bagagem do terminal doméstico ao internacional.

Em São Paulo, a corporação cumpriu seis mandados judiciais de prisão. Além disso, segundo a reportagem do Fantástico, as autoridades encontraram R$ 43 mil em dinheiro na casa da funcionária que recebeu as malas no guichê do aeroporto. Ela confirmou ter participado do esquema.

A GRU Airport, concessionária que administra o aeroporto, disse ao Fantástico que o manuseio das bagagens é responsabilidade das empresas aéreas. Desse modo, quando ocorre um incidente, se reúne com as autoridades para discutir melhorias na segurança.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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