ÁUDIO: Dentista denuncia ameaças de morte do ex-namorado contra as filhas

Kamilla Malaquias
Kamilla Malaquias precisou contratar um segurança particular quando decidiu terminar o relacionamento (Reprodução/@kamalaquias/Instagram)

A dentista e influenciadora Kamilla Malaquias, de Goiânia, usou as redes sociais para denunciar as ameaças de morte enviadas pelo ex-namorado, além das agressões sofridas durante o relacionamento. Ela divulgou um áudio em que o empresário ameaça matar as filhas dela, de um e sete anos.

Em vídeo publicado no Instagram, onde a dentista acumula 90 mil seguidores, ela conta que conheceu o ex-namorado no início de 2022, quando ele ainda a tratava bem. Depois de três meses, ela descobriu que ele tinha um histórico de violência contra outras mulheres e que já tinha passagens pela polícia.

“Mas, nesse momento, a gente já estava muito envolvido, e ele era uma pessoa muito legal, então eu acreditei na evolução espiritual do ser humano”, relata. Não demorou, no entanto, para que o empresário se tornasse violento com ela.

Agressões constantes

A primeira agressão foi durante uma viagem. “Ele ficou chateado porque eu dei muita atenção para um casal de amigos dele. Ele deu um chilique na frente de todo mundo, me xingou muito na frente desse casal. Quando a gente voltou para o hotel, ele me agrediu. Deu um tapa no meu rosto, me enforcou”, conta.

Kamilla Malaquias explica que, a partir daquele dia, as agressões começaram a ficar mais frequentes. Ela chegou a parar de sair com os próprios amigos, por vergonha, depois que eles a viram ser agredida em uma boate.

Depois das agressões, vieram as ameaças de morte e de expor vídeos íntimos da dentista. Em uma viagem com a família, o empresário chegou a ser preso depois que os seguranças de um hotel chamaram a polícia ao ver o homem agredindo e ameaçando a vítima.

Ele passou três dias preso e, quando foi solto, voltou a procurar Kamilla chorando. Ela tentou ajudá-lo a procurar um psiquiatra, e o empresário começou a tomar remédios, mas a violência continuou.

“O que mais me traumatizou foi um dia em que tivemos uma discussão por algo fútil. Ele me trancou no banheiro, eu comecei a gritar, ele colocou uma meia na minha boca e falava: ‘você está gritando porque quer que eu vá preso de novo, preso eu não vou mais, eu te mato. Ele me filmava chorando e tremendo, debochava de mim”, conta a dentista no vídeo.

Término e ameaças

Kamilla Malaquias precisou contratar um segurança particular quando decidiu terminar o relacionamento, por medo do que ele poderia fazer com ela. Ela rompeu o namoro por telefone, e o empresário ameaçou matar as filhas dela.

“Eu quero que você arrume [um segurança particular], que vai ser melhor. É sério, na hora que você estiver com alguém vou aí te matar e matar essas meninas. O que eu posso fazer?”, diz o homem no áudio gravado pela dentista.

A vítima procurou a polícia, e o juiz Eduardo Walmory Sanches decretou a prisão preventiva do empresário na quinta-feira (5). No entanto, segundo Kamilla, ele ainda não foi preso e ela segue precisando se esconder, sem trabalhar e sem ver as próprias filhas, temendo pela vida delas.

O BHAZ procurou a Polícia Civil de Goiás para saber se o empresário já foi preso e aguarda retorno.

Onde conseguir ajuda?

Caso você seja vítima de qualquer tipo de violência de gênero ou conheça alguém que precise de ajuda, pode fazer denúncias pelos números 181, 197 ou 190. Além deles, veja alguns outros mecanismos de denúncia:

  • Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
  • av. Barbacena, 288, Barro Preto | Telefones: 181 ou 197 ou 190
  • Casa de Referência Tina Martins
  • r. Paraíba, 641, Santa Efigênia | 3658-9221
  • Nudem (Núcleo de Defesa da Mulher)
  • r. Araguari, 210, 5º Andar, Barro Preto | 2010-3171
  • Casa Benvinda – Centro de Apoio à Mulher
  • r. Hermilo Alves, 34, Santa Tereza | 3277-4380
  • Aplicativo MG Mulher: Disponível para download gratuito nos sistemas iOS e Android, o app indica à vítima endereços e telefones dos equipamentos mais próximos de sua localização, que podem auxiliá-la em caso de emergência. O app permite também a criação de uma rede colaborativa de contatos confiáveis que ela pode acionar de forma rápida caso sinta que está em perigo.

Seja qual for o dispositivo mais acessível, as autoridades reforçam o recado: peça ajuda.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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