Em carta, Papa Francisco se solidariza com pai e avó de Henry Borel

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Francisco reforçou que a família precisa ter fé nesse momento (Reprodução/@lenielborel/Instagram)

O Papa Francisco se solidarizou com familiares do garoto Henry Borel, morto no dia 8 de março deste ano. O pontífice encaminhou uma carta para o pai e a avó do garoto, dizendo que é “quase um milagre que uma pessoa ferida possa encontrar a coragem de recusar ter ódio no coração”.

Segundo informações da CNN, a carta foi assinada em nome do Papa Francisco pelo Monsenhor Luigi Roberto Cona, assessor para Assuntos Gerais da Secretaria do Vaticano. No documento, o papa traz palavras de conforto ao pai Leniel Borel e a avó Noeme Camargo, e pede que a família tenha fé nesse momento difícil.

Ainda segundo a reportagem, uma amiga da família de Henry que vive na Europa enviou uma correspondência ao Vaticano, contando o que ocorreu com o garoto. A carta foi escrita no dia 24 de abril deste ano.

‘Não se deixem contaminar’

“Neste momento, seus familiares sentem que precisam de fortalecer a sua fé, unindo seus corações ao coração do Sucessor de Pedro, cuja fé conta com um apoio especial de Jesus, para confirmar a fé dos seus irmãos”, diz Francisco na carta.

“É quase um milagre que uma pessoa ferida, como o senhor Leniel e a senhora Noeme, possa encontrar a coragem de recusar ter ódio e o afastar do seu coração. Mas é um milagre que lhe permite viver em paz e ajudar a salvar o mundo de si mesmo”, segue.

No documento, o pontífice pede ainda que o pai e a avó do menino “contrastem a cultura da indiferença e do ódio que sentem crescer ao seu redor; não se deixem contaminar pelo ódio transformando-se à sua imagem e semelhança”. “Sejam do número das pessoas que se recusam a entrar no circuito do ódio, que se recusam a odiar aqueles que lhes fizeram mal, dizendo-lhes: Não tereis o meu ódio!”, diz.

Por fim, o Papa Francisco oferece a benção da autoridade máxima da igreja católica. “O Papa Francisco concede-lhes a Bênção Apostólica.Valho-me do ensejo para lhe testemunhar meus sentimentos de fraterna estima em Cristo Senhor”.

Denunciados por assassinato

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou por homicídio duplamente qualificado – impossibilidade de defesa da vítima e pelo emprego de tortura – o vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Dr. Jairinho (sem partido), e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry Borel, de 4 anos.

Um laudo do Instituto Médico Legal revelou que o menino sofreu 23 lesões, três delas na cabeça, e morreu devido a uma hemorragia no fígado provocada por ação violenta.

Além do homicídio, Jairinho também foi indiciado por dois episódios de crime de tortura ocorridos em fevereiro e Monique, por tortura por omissão, porque, segundo as investigações, ela sabia que o filho estava sendo torturado e não agiu para evitar o crime.

O inquérito foi enviado para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro que vai decidir se denuncia ou não o casal pelos crimes.

Edição: Giovanna Fávero
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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