Homem choca ao vestir fantasia de Ku Klux Klan em festa

Twitter/@mm_borgees + Twitter/@fcknegola

Uma festa de Halloween realizada em uma academia de crossfit em Brasília, no último dia 18, tem provocado polêmica na internet por conta da fantasia de um dos convidados. O homem em questão vestia roupas típicas do Ku Klux Klan, um grupo extremista que defende a supremacia branca.

Após as imagens da festa surgirem na internet, diversos internautas exigiram que a academia divulgasse a identidade do convidado. Muitos questionaram a responsabilidade da academia e dos outros presentes. “As pessoas não fazem ideia do quão grave é um cara se vestir de Ku Klux Klan e ir pra uma festa e ninguém falar nada?”, perguntou um usuário no Twitter.

A cobrança a respeito da atitude, no entanto, chegou a uma aluna da academia Crossfit Selva, que revela ter sido ameaçada. Moniky Escobar contou ao BHAZ que esteve na festa e que a imagem dela foi associada ao caso. “Muitas pessoas mandaram ameaças e divulgaram o meu perfil como racista”, lamenta.

Em um depoimento emocionado no Instagram, Moniky diz que ficou muito preocupada com as acusações. “Fiquei com medo do que meus amigos e familiares poderiam pensar, por eu não ter tomado nenhuma atitude. Mas na hora eu tive medo, era um homem, eu poderia ter sido agredida”, afirma.

A aluna conta que os familiares entenderam a situação e acham que ela agiu corretamente, já que estava sozinha e não deveria correr risco. “Ainda assim, eu sinto que poderia ter feito alguma coisa. Como chamar a polícia, porque ele poderia ter sido preso na hora. Fiquei sem saber o que fazer, tinham famílias e crianças lá”, pondera.

Repercussão e revolta

O homem portava uma tocha e estava utilizando uma túnica branca, um capuz pontudo e o símbolo da KKK. Essas vestimentas representam o grupo norte-americano, existente desde o século XIX. Além dos preceitos racistas, os representantes do movimento defendem a homofobia, o antissemitismo e a anti-imigração.

Algumas pessoas se mobilizaram para denunciar a academia e responsabilizar o homem fantasiado. “Se fosse uma empresa séria identificava esse animal e expulsava, mas só passou pano pro racista”, comentou outro usuário no Twitter.

Mas, para Moniky, a situação também é delicada para a academia. Além da questão contratual com o aluno, existe a preocupação em não expor, nem ofender a equipe. “Eles têm professores negros e o próprio dono também é”, revela.

Após a grande repercussão do caso, a Crossfit Selva se pronunciou por meio de nota publicada no Instagram (leia abaixo na íntegra). A empresa lamentou o ocorrido e afirmou que não compactua com a ideologia representada. “Nos próximos eventos tomaremos as devidas precauções para que tal fato não ocorra novamente”, garantiu a empresa.

No entanto, alguns internautas duvidaram da intenção da academia em resolver o problema. “Só se pronunciaram hoje quando começou a avalanche de gente mandando mensagem e comentando sobre”, apontou um internauta.

Confira a seguir algumas reações à fantasia:

Nota do Crossfit Selva na íntegra:

“Nós do Crossfit Selva somos uma empresa a favor da diversidade em toda sua pluralidade. Somos totalmente contra qualquer espécie de preconceito e repudiamos qualquer forma de violência. Somos uma comunidade que preza pelo respeito mútuo acima de tudo, sempre com objetivo de promover a integração humana.

A academia não coaduna com qualquer ato de desrespeito, incitação ao ódio e ao preconceito!

Lamentamos o fato Ocorrido no dia 18/10, ocasião em que um dos participantes utilizou fantasia ofensiva. Enfatizamos, novamente, que a academia não coaduna com a ideologia representada!

Diante do ocorrido, nos próximos eventos tomaremos as devidas precauções para que tal fato não ocorra novamente!”

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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