O estádio Olímpico de Goiânia (GO) foi reformado em 2016 para ser um local de excelência para os times do Estado jogarem. Porém, de acordo com decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual, proferida pelo juiz Ricardo Prata, as cadeiras deverão ser trocadas, por fazerem alusão às cores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
As cadeiras do estádio são todas amarelas e azuis, o que, de acordo com a decisão, seria uma “propaganda” do partido do governador do Estado, Marcone Perillo. O pedido foi feito pelo Ministério Público ainda em 2016, próximo à reinauguração do estádio, que estava fechado há mais de 10 anos.
A decisão em primeira instância deu um parecer favorável ao Ministério Público de Goiânia, responsável pela acusação ao governo do Estado de usar o Estádio Olímpico como plataforma de propaganda do governador Marcone Perillo, que está no cargo desde 2011. O PSDB também é o partido de Jayme Rincón, presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), que foi a responsável pela reforma do local.
O jornal “O Popular” conseguiu a decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual que diz: “As fotos constantes dos autos do Estádio Olímpico falam por si só: as únicas cores que se notam na arquibancada são vários tons de azul, e algumas cadeiras de tom amarelo. Posto isto, julgo procedentes os pedidos exordias do Ministério Público em face do Estado de Goiás e da Agetop a fim de impor a obrigação de fazer consistente em retirar dos elementos do Estádio Olímpico todas as cores, tonalidades e composições de cores que identifiquem o bem público com o PSDB e com os gestores públicos a ele filiados, que hoje governam o Estado de Goiás.”
A defesa alega que as cores remetem à bandeira do Estado de Goiás e também à logomarca da Agetop, que inclusive incluiu o próprio logotipo para mostrar do que se trata. O juiz rebateu as afirmações. “É de sabença trivial que a bandeira do Estado de Goiás possui como cores predominantes o verde e o amarelo. Nesse sentido, a afirmação de que as cadeiras do estádio refletem esse símbolo do Estado de Goiás é uma inverdade.”
A Agetop disse que ainda não foi notificada sobre o caso, mas assim que acontecer, irá recorrer da decisão. Em nota, a empresa diz que “O país vive uma crise econômica e financeira […] e destinar quase R$ 6 milhões para substituir cadeiras de um estádio de futebol é quase uma irresponsabilidade do gestor público”.
Veja a nota completa:
“O Estádio Olímpico tem oito cores, das mais diversas e variadas. As cadeiras do Estádio possuem exatamente as mesmas cores encontradas no Maracanã e em outros estádios que sediaram partidas da Copa do Mundo, seguindo padrão internacional.
O país vive uma crise econômica e financeira sem precedentes. E hoje, não existe dotação orçamentária para qualquer tipo de intervenção no Estádio Olímpico.
Não houve, por parte da população, nenhuma ligação entre as cores das cadeiras do Olímpico e algum partido político. No momento, em que são necessários investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança pública e manutenção das rodovias, destinar quase que R$ 6 milhões para substituir cadeiras de um estádio de futebol é quase uma irresponsabilidade do gestor público.
Em razão disso, quando a Agetop for notificada, irá recorrer da decisão, que vai contra os interesses da população”
