Mário Sérgio Lobo Zagallo, de 92 anos, morreu na noite desta sexta-feira (5), no Rio de Janeiro. O próprio perfil, nas redes sociais, confirmou que um dos maiores ícones da história do futebol não resistiu nesse fim de semana e veio a óbito.
Por causa da sua idade, Zagallo estava com a saúde fragilizada há alguns anos e estava internado no Hospital Barra D’or, na Zona Oeste da capital carioca. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, resultante de progressão de comorbidades previamente existentes.
Como jogador, Zagallo atuou como um ponta-esquerda e chegou a ganhar duas Copas do Mundo como atleta – em 1958 e 1962.
Ele ainda venceu a competição de futebol mais importante do planeta mais duas vezes. Uma como técnico em 1970 e outra como coordenador em 1994. Isso o coloca em uma prateleira exclusiva, como única pessoa a ter conquistado, por quatro vezes, o Mundial.
O velório acontecerá na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio de Janeiro, a partir de 9h30 deste domingo (7). A solenidade será aberta ao público. O sepultamento vai acontecer às 16h no Cemitério São João Batista.
Uma trajetória espetacular no futebol
Zagallo nasceu em 8 de agosto de 1931 em Atalaia, cidade que fica na região Leste de Alagoas. Mas antes de completar um ano de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.
Logo quando criança, a habilidade com a bola nos pés chamou a atenção e ele passou a treinar no time infantil do América-RJ. Em 1949 foi campeão juvenil.
Antes de despontar como um craque, Zagallo ainda serviu ao exército. E com a camisa do Flamengo, começou a mostrar ao mundo, o talento que tinha. Foi tricampeão carioca defendendo a camisa rubro-negra – entre 1953 e 1955.
Ele ainda jogou 36 partidas com a camisa da seleção e marcou seis gols. Um deles na final da Copa do Mundo, contra a Suécia, em 1958. O placar terminou em 5 a 2 para o Brasil.
Naquele mesmo ano se transferiu para o Botafogo, time em que também brilhou com a estrela solitária. Ganhou dois campeonatos cariocas (1961 e 1962) e dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Em 1962, foi bicampeão mundial, no Chile.
Frase icônicas e história escrita como treinador
Aos 34 anos, Zagallo se aposentou como atleta e passou a dedicar-se como treinador. Foi à beira dos gramados que algumas frases como “Vocês vão ter que me engolir” e “Brasil campeão tem 13 letras” se popularizaram.
A última, inclusive, mostra o quão era apegado ao número. Isso surgiu com a esposa, Alcina, já que era devota de Santo Antônio. A data é comemorada no dia 13 (de junho).
Em 1966, Mário Sérgio Lobo assumiu o Botafogo. Dois anos depois conquistou o primeiro título brasileiro do clube.
Em 1970, às vésperas da Copa do Mundo no México, foi chamado para assumir a Seleção Brasileira. Ele teria menos de 100 dias para trabalhar. E após alterações e uma convocação ousada, venceu o famoso tricampeonato.
Zagallo ainda ficou no comando da amarelinha, até 1974. Depois passou por clubes e países – Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Em 1991 voltou ao Brasil, como coordenador de Carlos Alberto Parreira. Após o tetra de 1994, o ex-ponta assumiu novamente o posto de treinador, mas vieram tempos amargos.
Foi eliminado na semifinal das Olimpíadas pela Nigéria em 1996. Um ano depois, conquistou a Copa das Confederações e Copa América, pela seleção principal.
Após ser vice na Copa do Mundo em 1998 para a França, a segunda passagem de Zagallo pela canarinho, como treinador, terminou.
Ele dirigiu Portuguesa e Flamengo, onde venceu o Carioca e a Copa dos Campeões de 2001. Depois do penta, reeditou a parceria com Parreira, novamente como coordenador técnico.
A dupla levantou as taças das Copas América de 2004 e das Confederações de 2005. Mas, o adeus nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, foi também o último trabalho do Velho Lobo, aos 75 anos.
Com Agência Brasil
