Motorista de Porsche dá entrevista pouco antes de se tornar foragido

O crime aconteceu em março deste ano e Fernando Sastre Filho, motorista do Porsche, agora é considerado foragido da Justiça (Reprodução/TV Globo)

O motorista de um Porsche que matou o condutor de outro carro em um acidente e fugiu sem prestar socorro, em São Paulo, concedeu entrevista exclusiva ao Fantástico, horas antes de ter a prisão preventiva decretada. O crime foi em março deste ano e Fernando Sastre Filho agora é considerado foragido da Justiça.

O réu, que estava a mais de 100 quilômetros por hora, perdeu o controle do Porsche e bateu na traseira do automóvel Renault, ocasionado o acidente. O motorista do outro veículo, de 52 anos, foi socorrido e encaminhado ao hospital Tatuapé, mas não resistiu.

No carro de luxo, também havia um passageiro de 22 anos, amigo de infância de Fernando, levado ao hospital São Luiz. A vítima quebrou as costelas, teve edema pulmonar e precisou retirar o baço. Na última semana, ele precisou ser novamente internado, mas está consciente.

‘Eu tomei água’

O amigo de Fernando disse à polícia que o autor tinha bebido álcool naquela noite, mas o homem nega. Na comanda do restaurante onde eles estavam com as namoradas, constavam oito drinks a base de whisky, uma caipirinha de vodka e duas águas. “Eu tomei água, eu pedi água”, afirmou Fernando.

O acidente ocorreu depois, quando Fernando e o amigo dele estavam voltando para casa após jogar pôker. As namoradas dos dois foram embora em outro veículo. Fernando disse que não percebeu que estava em alta velocidade na ocasião.

“Dentro do carro, não tive essa sensação de que eu estava em tamanha velocidade. Inclusive, eu acho que seria válida uma segunda perícia, uma segunda análise, pra ter certeza dessa aferição”, declarou.

Fernando agora é réu por homicídio e lesão corporal gravíssima, ambos com dolo eventual, que é quando se assume o risco de matar e ferir. Ele teve o pedido de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na sexta-feira (3), mas ainda não se entregou à polícia.

“A acusação está se baseando muito mais na condição social dele do que na prova dos nove […] De classe alta, sim, para muita gente. Mas como ele falou, é só um menino que vai às 7h30 e trabalha até a noite”, afirmou Jonas Margazão, advogado do réu, ao Fantástico.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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