MP de Goiás faz nova denúncia de abuso sexual contra João de Deus

O líder espiritual no registro do sistema penitenciário e os atendimentos na Casa Dom Inácio, em Abadiânia (TV Anhanguera/Reprodução+Casa Dom Inácio/Reprodução)

A força-tarefa do Ministério Público (MP) de Goiás, criada para investigar crimes sexuais supostamente praticados pelo médium João de Deus apresentou esta semana mais uma denúncia ao Judiciário. Nela, o líder espiritual é acusado de praticar estupros contra cinco mulheres em condição de vulnerabilidade.

Os delitos ocorreram entre 2010 e 2015, quando as vítimas tinham idades entre 17 e 51 anos, em uma sala reservada da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), onde João mantém uma casa de atendimento há mais de 40 anos.

O promotor à frente do caso informou que, diante do volume de acusações e dos mais de 300 depoimentos colhidos, está convicto da materialização dos casos.

Segundo o promotor Augusto César Borges Souza, que integra o grupo de investigação, em entrevista ao portal Mais Goiás, a situação de vulnerabilidade das mulheres foi constatada por diversos critérios que ensejavam as ações de dominação e subordinação, segundo ele, praticadas pelo médium.

“São pessoas com doenças graves ou que estavam em tratamento prolongado para gravidez, características que fragilizavam as vítimas ao ponto de não perceberem que estavam sendo abusadas”, disse.

O MP-GO já representou por 19 vítimas declaradas do médium em quatro denúncias por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável.

Advogado do médium, Alberto Toron disse que ainda não teve acesso à denúncia mais recente, portanto, ainda não pode se manifestar.

R$ 50 milhões bloqueados

Na quinta-feira (21), durante a visita da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, a Goiás, os promotores de Justiça que acompanham o caso propuseram uma ação cível por danos moral, coletivo e social. O processo se refere à quantia de R$ 50 milhões bloqueada, liminarmente, pela Justiça, após pedido do MP-GO.

“R$ 30 milhões são para ressarcimento das 308 vítimas que sofreram abusos. Os R$ 20 milhões serão para danos sociais e morais coletivos, que serão destinados a projetos de proteção e amparo às vítimas de abuso sexual”, explicou o promotor Souza.

João de Deus está preso no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, desde 16 de dezembro de 2018. 

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