Padre mineiro é preso suspeito de produzir e armazenar pornografia infantil em São Paulo

padre mineiro preso
De acordo com a investigação, o clérigo mantinha envolvimento sexual ilegal e armazenava pornografia envolvendo adolescentes (IMAGEM ILUSTRATIVA: Amanda Dias/BHAZ)

Uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, em São Paulo, um padre de 54 anos suspeito de produzir e armazenar imagens pornográficas de adolescentes. O alvo da investigação é o frei Elvécio de Jesus Carrar, natural de São João del-Rei.

A Operação Falso Profeta cumpriu cinco mandados de busca e apreensão na cidade mineira, Goiás e São Paulo. Além da prisão, nessa quarta-feira (3), os agentes apreenderam aparelhos celulares e computadores.

O trabalho investigativo contra pedofilia foi conduzido pela equipe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). Segundo o delegado presidente do inquérito, Evandro Radaelli, a operação partiu de uma denúncia no último dia 30, em Belo Horizonte.

Frei mantinha ONG ‘educacional’

“Tudo indica que os abusos ocorriam por meio de uma espécie de ONG [organização não governamental], mantida pelo investigado, por meio da qual ele oferece serviços educacionais aos adolescentes”, explica o chefe de polícia.

As autoridades encontraram o padre em São Paulo, onde houve a apreensão dos materias que irão para análise pericial. “A investigação segue em andamento para apuração completa de condutas relativas a comportamento de pedofilia do investigado, além de identificar outras possíveis vítimas”, diz a corporação.

Dominicanos do Brasil se posiciona

Por meio de uma nota oficial, o provincial dos Dominicanos do Brasil, Frei André Luís Tavares, manifestou-se sobre a prisão. No início do texto, disse que a Ordem dos Pregadores se solidariza com as possíveis vítimas do frei Elvécio de Jesus Carrara.

“Desde o recebimento de denúncia de abusos de menores contra frei Elvécio de Jesus Carrara, no início do mês de março de 2023, foram tomadas as medidas necessárias. Frei Elvécio foi informado de que uma investigação canônica prévia foi aberta, para apurar os fatos”, começa.

O clérigo afirma que o suspeito foi proibido de exercer o ministério sacerdotal desde então, de trabalhos que o levassem a ter contatos com menores e de ir a São Paulo e Goiás. “O religioso, contudo, estava desobedecendo a algumas das disposições”.

“Recordamos que as obras sociais que frei Elvécio preside e para as quais arregimenta fundos são de iniciativa pessoal. Ele nunca teve permissão de nenhum de seus legítimos superiores para tais obras, que eram realizadas à revelia das orientações das autoridades da Ordem no Brasil”, finaliza.

Também por meio de comunicado, a Arquidocese de São Paulo disse que segue em contato com a Ordem dos Pregadores conforme o andamento das investigações. Além disso, repudia “toda forma de abuso contra menores ou adultos vulneráveis” (veja abaixo).

Nota da Arquidocese de São Paulo (Reprodução/Arquisp)

O BHAZ não localizou a defesa do investigado.

Armazenar pornografia infantil é crime

O artigo 241-B do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) descreve o crime de aquisição de pornografia infantil. A pena pode variar de um a quatro anos de reclusão e multa.

O dispositivo esclarece que são considerados crimes os atos de adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes.

Com PCMG

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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