Polícia Federal deve investigar ‘coaches’ que usaram brasileiras de ‘cobaias’ em curso de conquista

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A Embratur pediu que a Polícia Federal investigue dois ‘coaches’ norte-americanos suspeitos de promoverem turismo sexual no Brasil (Reprodução/Millionaires Social Circle)

A Embratur, a Agência Brasileira de Promoção de Turismo, pediu que a Polícia Federal investigue os dois “coaches” de relacionamento norte-americanos Mike Pickupalpha e David Bond, suspeitos de promoverem turismo sexual no Brasil. Em nota publicada nessa quinta-feira (16), a agência se solidarizou com as mulheres vítimas do grupo “Millionaires Social Circle” (“Circulo Social de Milionários”).

Os estrangeiros oferecem cursos de relacionamento para homens e costumam visitar cidades de países da América Latina e sudeste asiático para colocar os “ensinamentos” em prática. As mulheres, vítimas das abordagens, costumam não saber que estão sendo “cobaiais” do experimento.

A edição brasileira aconteceu no fim do mês passado em uma mansão no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo. Algumas das mulheres que estiveram nessa festa viram suas fotos nas redes sociais do grupo e abriram uma denúncia.

Polícia Civil investiga a prática

Há uma investigação da Polícia Civil aberta contra os dois estrangeiros que seriam líderes do grupo e eles devem ser chamados a depor. Nas redes sociais, eles se defenderam afirmando que na festa tudo foi feito com consentimento dos participantes e que dar dicas de como usar aplicativos de relacionamento não é crime.

No entanto, eles também foram irônicos na nota da defesa afirmando que “fizeram a maior festa do Brasil e que as feministas não gostaram”. Há, ainda, outros vídeos nas redes sociais do grupo, considerados misóginos, como um em que dão dicas para criar ambiente de consentimento para que mulheres concordem com sexo em grupo.

Uma das vítimas contou ao g1 ter feito um boletim de ocorrência depois de ver vídeos em que ela aparece ao lado dos alunos de Mike e David. Ela conta ter conhecido um dos rapazes no Tinder e que ele o convidou para um jantar e, no dia seguinte, para a festa na mansão.

“Saímos algumas vezes até ele me convidar para o jantar, que me disse que seria com amigos deles. Foi normal [o jantar] e conversamos sobre assuntos tranquilos, até porque eu queria praticar o inglês. Ficavam filmando o tempo todo e eu tentava me esquivar porque não gosto que me filmem”, lembra ela.

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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