Própolis melhora imunidade e ameniza inflamações em pessoas com HIV

própolis inflamação
Própolis melhora imunidade e ameniza inflamação em pessoas com HIV (Lula Marques/Agência Brasil)

Um estudo de uma bióloga do Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista (IBB-Unesp), mostrou que 500 miligramas (mg) diários de própolis para pessoas que vivem com o vírus HIV foram capazes de amenizar inflamações.

As aplicações resultaram em uma redução significativa na concentração de um marcador de estresse oxidativo. Nesse mesmo grupo foi observado um leve aumento na capacidade antioxidante total, refletindo no combate aos radicais livres.

Segundo a bióloga Karen Ingrid Tasca, um dos problemas enfrentados pela população que convive com o vírus causador da aids é o envelhecimento precoce, que pode ser de dez a 20 anos, por conta da deterioração da imunidade mais acelerada.

Outra questão é o desenvolvimento precoce de comorbidades, como diabete, hipertensão e tumores. Esse processo de envelhecimento precoce ocorre porque, além de o sistema imunológico ser ativado constantemente, esses pacientes têm inflação crônica.

LEIA TAMBÉM
Conheça a PrEP, tratamento de prevenção contra o vírus

“O estresse oxidativo causado pelo vírus e pelos próprios antirretrovirais tem grande impacto nesses pacientes. Na tentativa de reduzir esses processos patológicos e melhorar a qualidade de vida e a sobrevida, há necessidade de intervenções que minimizem esses efeitos”, explica a bióloga.

“Entre os diversos produtos naturais existentes, a própolis, que é uma resina, possui esse potencial, pois apresenta propriedades antioxidante, antiviral e anti-inflamatória reconhecidas”, destaca Tasca.

Um estudo anterior mostrou que os parâmetros inflamatórios de portadores do HIV diminuíu e as células que são consideradas alvo principal do vírus aumentaram, assim como também aumentou o marcador de células responsáveis por regular a inflamação.

Segundo outra autora do estudo, a biomédica Fernanda Lopes Conte, a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação nos pacientes assintomáticos.

“A infecção pelo HIV induz intensa desregulação do sistema imunológico, gerando perda da função celular e inflamação crônica”, explica Conte.

HIV no Brasil

Ambos os estudos foram desenvolvidos com apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Segundo o Ministério da Saúde, em 2021, foram notificados 40,8 mil casos de HIV e 35,2 mil casos, de acordo com dados do ano passado.

Conforme o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/aids, desde o primeiro caso informado em território nacional, em 1980, até junho de 2022, já foram detectados 1.088.536 casos de aids.

Só em 2021, mais de 11 mil mortes foram registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) em decorrência da doença. A taxa de mortalidade padronizada é de 4,2 óbitos por 100 mil habitantes, índice que sofreu caiu 26,4% entre 2014 e 2021.

Dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids) reforçam que a epidemia ainda precisa ser combatida. No ano de 2021, mais de 750 mil homens em todo o mundo contraíram HIV. Naquele ano, eles representaram 51% das novas infecções pelo vírus.

Pelo menos 1,5 milhão de pessoas se tornaram recém-infectadas por HIV no mesmo ano de 2021. No total, esse número já passa de 84 milhões de pessoas infectadas desde o início da epidemia.

Com Agência Brasil

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!