Com os altos números da Covid-19 em Belo Horizonte, a procura pela vacina ficou ainda mais em evidência. Só que o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), mostrou que não vai ser tão fácil se proteger contra a doença. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (5), Kalil afirmou que “se não for pelo governo federal, não tem vacina”.
“Não existe vacina se não passar pelo governo federal. Não se iludam, se não for pelo governo federal, não tem vacina. Vamos parar com esse consórcio de prefeitos. Vacina é governo federal e Ministério da Saúde, só vai sair de lá e de mais lugar nenhum”, afirmou o prefeito de BH.
Anteriormente, o chefe do Executivo chegou a falar que o município estaria tentando comprar as vacinas, mas sem sucesso. Kalil afirmou que já buscou o imunizante em vários laboratórios. Ainda segundo ele, mesmo com recursos financeiros à disposição para a compra, não há doses à venda.
UTIs no vermelho
O boletim dos indicadores de risco relacionados à Covid-19 desta sexta-feira mostrou nova alta da taxa de ocupação de leitos de UTI: o nível passou para 81% – um aumento de quase seis pontos percentuais em relação ao índice de 74,4% registrado ontem. Os outros indicadores se mantiveram estáveis, no nível amarelo: o fator RT – média de pessoas que um infectado consegue contaminar – está em 1,16 e a ocupação de leitos de enfermaria, 61,9%.
Por conta dos números alarmantes da capital, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) decidiu reativar hoje as barreiras sanitárias para controle da Covid-19. A medida, que foi implantada pela primeira vez em maio de 2020, voltou como forma de reforçar a proteção e segurança dos moradores contra a doença.
Inicialmente, as barreiras ficarão em três vias da capital, além da rodoviária e da Estação Central do metrô. A fiscalização será uma ação conjunta da Secretaria Municipal de Saúde, Guarda Municipal, Polícia Militar, além de outros órgãos do município e do estado.
De volta à estaca zero
Ainda nesta sexta, Kalil anunciou um novo fechamento da capital mineira e a volta à estaca zero. A medida já passa a valer a partir de amanhã (6), às 14h. Portanto, já a partir deste sábado, apenas aqueles comércios considerados essenciais poderão abrir as portas. Este é o quarto fechamento de BH desde o início da pandemia, em março de 2020.
“São números absolutamente assustadores. Como não fechamos a cidade e o número caiu um por cento, eu caí num otimismo enganoso. Hoje teve uma alta de 7% nos nossos números e isso nos põe em sinal de alerta máximo”, afirmou Kalil. “Vamos dizer o seguinte sem muita expectativa: voltamos à estaca zero. Só abrem serviços essenciais a partir de amanhã, às 14h, vamos trancar a cidade novamente”, anunciou.