‘Ômicron não é resfriado comum’, alerta gerente de incidentes da OMS

Ômicron não é resfriado
‘Onde quer que a ômicron chegue, é questão de semanas para ela se tornar dominante’, disparou Abdi Mahamud (Banco de Imagens/Getty Images + Banco de Imagens/Unsplash)

A OMS (Organização Mundial da Saúde) fez um alerta sobre a circulação da nova variante e afirmou que a ômicron não é um resfriado comum, nessa terça-feira (4). Segundo o órgão, apesar dos estudos indicarem que a mutação causa quadros mais leves da doença, ela apresenta alta transmissibilidade e é “mais contagiante que o sarampo”.

Abdi Mahamud, gerente de incidentes da OMS, pronunciou-se sobre a propagação da nova variante em coletiva de imprensa, em Genebra, na Suíça. “Onde quer que a ômicron chegue, é questão de semanas para ela se tornar dominante”, disparou. Na sequência, o líder disse que, mesmo com olhar histórico na literatura, “nunca vimos um vírus tão transmissível em um surto”.

Para exemplificar a rapidez da transmissibilidade, o líder citou a Dinamarca, um dos países com maior concentração de casos de infecção pela nova cepa no mundo. Ele comparou a variante alfa, que dominou os países no início da pandemia, à ômicron e afirmou que, se a primeira levou duas semanas para dobrar o número de casos, a segunda durou somente dois dias.

Estudos mostram distinções entre as variantes

Enquanto as variantes anteriores afetavam essencialmente os pulmões e provocavam pneumonias graves em pessoas infectadas, a ômicron age de forma distinta. Estudos mostram que a nova cepa atinge, sobretudo, a parte superior do aparelho respiratório, o que pode ser uma boa notícia. Para Mahamud, ainda não há confirmação certeira para tal. Ele frisa que a certeza até aqui é compreender que a ômicron não é um resfriado comum, o que reforça a importância de completar o esquema vacinal para combater casos severos da doença.

“Temos um bom número de estudos reforçando o que vimos da África do Sul, que a vacina protege contra hospitalizações, doenças graves e morte, e é para isso que elas foram desenvolvidas”, disse o gerente de incidentes. Em seguida, o líder ressaltou que, embora a vacinação seja primordial, um desafio é fazê-la alcançar as populações vulneráveis.

Mortes não estão descartadas

Ao menos 128 países do globo já reportaram casos de infecção pela nova variante. Nessa terça-feira (3), os Estados Unidos bateram o recorde de 1 milhão de novos casos de Covid-19 e, no mundo todo, houve o registro de 2,4 milhões de pacientes contaminados. Mahamud reforçou a importância de ter pelo menos 70% da população mundial vacinada. “O vírus replica onde não há vacinação. Vimos isso com a variante delta e, agora, com ômicron”, disse ele.

Em complemento à fala de Mahamud, Maria Van Kerkhove, principal epidemiologista da OMS, reforçou que a ômicron não é um resfriado comum e não deve ser subjugada. A líder escreveu que, embora alguns relatórios indiquem um risco menos de internação pela variante em comparação com a delta, muitos contaminados ainda morrem ou ao menos desenvolvem quadros graves da doença.

Sobre a Flurona, infecção simultânea pela Covid-19 e gripe, Kerkhove acrescentou: “Com mais pessoas se misturando, com uso limitado das medidas sociais e de saúde pública, e com os vírus da gripe e da Covid circulando, vamos ver mais casos de dupla infecção”, escreveu no post.

Edição: Vitor Fernandes
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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