Na manhã desta segunda-feira (20), Marcelo Queiroga se pronunciou sobre a vacinação infantil contra Covid-19. O ministro da Saúde declarou que não pretende acelerar o processo de imunização da faixa etária, revelando que os pais terão uma resposta do governo somente quando for o momento certo.
Em declaração à Globo News, Queiroga disse que “a pressa é inimiga da perfeição”, ressaltando que a prioridade do Ministério da Saúde, no atual momento, é aplicar doses de reforço contra a Covid-19 no restante da população.
“O principal é a segurança. No ano de 2021, considerando o pico, crianças de 5 a 11 anos [foram] menos de 150 óbitos. Não que esteja menosprezando, cada vida é importante”, disse o ministro. Questionado sobre o prazo de início da imunização de crianças entre 5 e 11 anos, Queiroga afirmou também que a decisão está atrelada ao que for firmado em contrato com a Pfizer.
‘Estamos fazendo a análise correta’
O ministro da Saúde ainda enfatizou que nenhuma decisão quanto à vacinação infantil no país será impensada. Ao ser questionado sobre as razões para que a imunização da faixa etária não seja agilizada, demonstrou impaciência com os repórteres.
“Esse joguinho não adianta, a população brasileira confia em nós, estamos fazendo a análise correta, quando você tiver um filho de 5 a 11 anos você vai entender isso”, disparou ele.
O cardiologista ainda disse, aos jornalistas, que para iniciar a aplicação da vacina nessa faixa etária será necessário analisar a qualidade e evidência científica apresentada, além de avaliar a amostra de pacientes em ensaio clínico.
Na sequência, afirmou que o Ministério da Saúde realizará uma consulta pública sobre o assunto antes de anunciar uma decisão permanente. “Não é uma eleição, para saber o que quer e o que não quer. É ouvir a sociedade”, disse Queiroga.
Posicionamento seguirá ‘normas técnicas’
Ao longo de toda a entrevista, Queiroga ressaltou que a imprensa será informada quando houver um pronunciamento oficial sobre o tema. O cardiologista elogiou o desempenho do Ministério da Saúde e citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), alegando que o governo conseguiu reduzir 90% dos óbitos pelo coronavírus em 9 meses. Ele chegou a comparar a própria gestão ao plano de governo “50 anos em 5”, de Juscelino Kubitschek.
Queiroga continuou, afirmando que os pais terão uma resposta sobre a vacinação infantil contra o coronavírus no momento certo. “Não vou me manifestar com base em um documento público de três páginas. Preciso do documento e, aliás, já solicitei. E quero destacar que a Anvisa tem feito um excelente trabalho durante a pandemia”, completou, fazendo alusão à manifestação favorável à vacinação divulgada pela CETAI (Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19).
“Uma vez aprovado, o contrato com a Pfizer implica do fornecimento de vacinas para atender a todas as faixas etárias no programa de imunização”, acrescentou o cardiologista. “Após o dia 5, haverá o posicionamento do Ministério da Saúde, que será fundamentado de acordo com normas técnicas”, concluiu.