A decisão do governo da Austrália de cancelar o visto do tenista Novak Djokovic foi anulada nesta segunda-feira (10). Anthony Kelly, o juiz responsável pelo caso, ordenou a libertação imediata do atleta da detenção na imigração. Ele afirmou que o governo australiano deve arcar com os custos e tomar “todas as providências necessárias para liberar o requerente imediatamente”.
O governo vai recorrer da decisã do juiz. De acordo com o portal australiano The Age, Alex Hawke, o ministro da imigração, afirmou que caso o tenista sérvio tenha o visto cancelado de novo, sua entrada no país pode ser vetada pelos próximos 3 anos. O jogador agradeceu o apoio dos fãs e afirmou ainda que pretende disputar o Aberto da Austrália, que começa neste dia 17.
O que Djokovic alega
Djokovic alegou que uma infecção recente por Covid-19 o qualificaria para uma autorização de exceção, o desobrigando a apresentar o certificado de vacinação contra a doença. No documento de 35 páginas, consta que o tenista testou positivo no dia 16 de dezembro, e que no dia 30 de dezembro, não sentia mais sintomas.
Segundo o sérvio, seu caso foi analisado por dois painéis de especialistas independentes reunidos pela Tennis Australia e pelo Governo da Vitória, estado onde ocorrerá o Aberto da Austrália. No dia 1º de janeiro, Djokovic recebeu uma avaliação do Departamento de Assuntos Internos. Nela, constava que ele poderia chegar na Austrália sem fazer quarentena.
‘Não está em cativeiro’
Karen Andrews, ministra da Austrália para Assuntos internos, se manifestou sobre o caso. Segundo ela, Djokovic e nenhum outro tenista não estão em cativeiro no país, e ele pode ir embora a qualquer momento, basta querer.
“O Sr. Djokovic não está sendo mantido como prisioneiro. Ele é livre para sair a qualquer hora que quiser e a Força de Fronteira vai realmente facilitar isso. É responsabilidade individual do viajante garantir que todos os documentos necessários para entrar na Austrália estejam em ordem”, afirmou a ministra.
Tenista quer jogar
Em suas redes sociais, Djokovic afirmou que está feliz com a decisão do juiz. “Estou satisfeito e grato que o juiz anulou o cancelamento do meu visto. Apesar de tudo o que aconteceu, quero ficar e tentar competir no Australian Open. Continuo focado nisso. Viajei até aqui para jogar em um dos eventos mais importantes que temos e diante de fãs incríveis”, escreveu.
“Por enquanto, não posso dizer mais nada a não ser muito obrigado a todos por estarem comigo durante tudo isso e me encorajarem a permanecer forte”, finalizou o atleta sérvio.
Tumulto
Os apoiadores de Djokovic causaram tumulto do lado de fora do local de julgamento do recurso do atleta, em Melbourne. O grupo de pessoas cercou um carro, no qual acreditavam estar o jogador, e gritou palavras de incentivo. Um dos fãs chegou a subir no veículo. A polícia confrontou o grupo de manifestantes e houve confusão no local.
Relembre o caso
Na última semana, Djokovic postou uma foto em suas redes sociais com as malas prontas para o país australiano, afirmando que obteve uma autorização de exceção para disputar o torneio. “Passei um tempo de qualidade fantástico com pessoas amadas nas férias, e hoje, estou viajando para a Austrália com uma permissão de exceção. Vamos, 2022!”, afirmou.
Após a postagem do atleta, Scott Morrison, o primeiro-ministro australiano, reiterou a necessidade da vacina e ressaltou que a exceção deve acontecer em casos mais específicos. “Se ele não está vacinado, deve apresentar provas aceitáveis de que não pode ser vacinado por razões médicas. Se essa evidência for insuficiente, ele não será tratado de forma diferente a ninguém e estará no próximo avião para casa. Não deve haver regras especiais para Novak Djokovic”, afirmou o político.
Inscrição no evento
No começo de dezembro do ano passado, o tenista Novak Djokovic havia sido confirmado no torneio, mesmo sem ter dito se foi imunizado. Na época, a Federação Australiana de Tênis negou ter feito exceção para aceitá-lo no evento esportivo que será disputado em Melbourne, no estado da Vitória, a partir do dia 17 deste mês.
