Ex-vereador de Santos conta ter ficado preso em elevador com Pelé: ‘Não ia pra cima nem pra baixo’

braz antunes e pelé
Ex-vereador de Santos recorda história engraçada envolvendo o Rei (Reprodução/Facebook)

Uma história divertida, envolvendo um elevador da Vila Belmiro, marca a história do cirurgião-dentista Braz Antunes há mais de uma década. No Centenário do Santos Futebol Clube, em 2012, o ex-vereador do município paulista acabou preso dentro da estrutura com o Rei do Futebol, ninguém menos do que Pelé.

Braz Antunes conta que viu o Rei presencialmente em dois momentos: o primeiro foi na inauguração de uma escolinha de futebol em Santos e, a segunda, nos 100 anos do time alvinegro. 

Além de ter sido vereador da cidade por três mandatos, Braz é conselheiro do Santos, onde Pelé deu seus primeiros passos no futebol. Ele acompanhou de perto a carreira do mineiro e, no dia de seu velório, compareceu à Vila para homenageá-lo.

‘Não deixava ninguém para trás’

“Ele é tudo isso que falam mesmo. Atencioso, carinhoso, não deixava ninguém para trás. Teve uma base familiar boa, uma família simples”, opina Braz em conversa com o BHAZ

Quem pergunta sobre Pelé ao santista sempre dá boas risadas. É que o ex-futebolista protagonizou um momento engraçado, embora desesperador para algumas pessoas, ao lado de Braz.

Enquanto parlamentar, Braz levou uma série da |Prefeitura de Santos para a Vila Belmiro no centenário do Santos Futebol Clube. Na ocasião, o estádio de Pelé “foi” a sede da prefeitura da cidade por um dia, em uma transferência simbólica.

Mais de dez anos atrás, membros da administração municipal foram até a Vila e lá estava Pelé, no centro do estádio. Braz recorda que o ídolo se apoiou nele e soltou o corpo, queixando-se de dores no quadril. Os dois não tinham intimidade o suficiente para isso, mas, como o santista positivamente define, o Rei era “muito dado”.

Elevador parado e história para contar

Naquele dia, 100 meninos jogaram contra o time do Santos, que na época homenageou o craque Neymar. Em dado momento, Braz viu “uma roda imensa” de jornalistas e logo achou que se tratava de uma tentativa de entrevistar o menino Ney. No entanto, descobriu que era mesmo a figura de Pelé.

Ao lado do agora vice-presidente Geraldo Alckmin, do presidente do Santos, do então deputado Paulo Alexandre Barbosa e do então prefeito, o Papa, Braz entrou em um elevador do estádio. O que ele não esperava era que Pelé entraria logo em seguida, atraindo diversos fãs.

“Nisso entrou a torcida do Santos, muita gente. Praticamente ‘invadiram’ o elevador. Começou aquele ‘empurra empurra’, de pessoas para fora. Saíram alguns, entraram outros, foi do jeito que deu”, narra.

Pouco depois, o elevador parou no meio do trajeto. “Não ia nem pra cima nem pra baixo”, lembra Braz. Enquanto alguns passageiros “se tremiam” de medo, Pelé disse que tiraria a parte de acrílico de cima do elevador para salvar o dia e permitir que a estrutura voltasse a funcionar: “Poxa, o Rei vai ter que resolver de novo o problema de vocês”, disse ele, segundo Braz, que hoje recorda a situação com humor.

O conselheiro do Santos explica que alguns dos presentes riram, enquanto outros seguiram temerosos. Cerca de dois minutos depois, “que pareceram um dia inteiro”, o elevador voltou a funcionar: “Eu brinco que, se o elevador caísse, eu seria um morto muito famoso”. 

Um último adeus ao Rei

Braz homenageou Pelé na Vila Belmiro e, até hoje, relembra a história que marcou sua experiência com o Santos. “Pelé foi tudo isso e muito mais. Como é que um menino de 16 anos veste a camisa da seleção, é campeão do mundo e se torna a principal estrela do time? isso é inacreditável”.

Pelé faleceu no último dia 29, mesmo dia do aniversário de 66 anos de Braz. Nessa terça-feira (3), ele voltou ao “templo sagrado” para se despedir do ídolo mais uma vez.

“Quase todos nós que vivemos em Santos temos ao menos uma estória pra contar junto ao Rei. As minhas foram assistindo seus jogos, presente na inauguração da sua Escolinha de Futebol ou a mais engraçada foi a de ter ficado preso no elevador com ele entre dois andares na Vila mais famosa do Mundo!”, publicou no Facebook.

Referindo-se a ele como ídolo, Braz desejou que Pelé descanse em paz. “Meu ídolo desde criança quando na rua só fazíamos gol gritando GOL DE PELÉ. Você foi e talvez será inigualável, vá com Deus meu Rei!!! Com os craques que jogaram no nosso time, Afonsinho, Marçal, Careca e milhares de pessoas que vieram a Santos se despedir do Rei do Futebol!”, finalizou.

“Pelé chegou no Santos em 1956, ano que eu nasci. Dois anos depois, Campeão do Mundo, e morre no dia do meu aniversário. Felicidade dividida! Meu ídolo!”, escreveu na madrugada dessa sexta-feira (30).

Cortejo passa em frente à casa da mãe de Pelé

Depois de 24 horas de velório aberto ao público, fãs de Pelé acompanham o cortejo que leva o corpo do Rei de Futebol até o Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, na manhã dessa terça-feira (3). Lá, ele foi sepultado em uma cerimônia restrita aos familiares.

O velório de Pelé começou às 10h dessa segunda-feira (2), na Vila Belmiro, e teve fim às 10h de ontem. Ao longo das 24 horas, fãs do mundo inteiro enfrentaram filas no entorno do estádio e aguardaram para se despedir do mineiro de Três Corações.

No cortejo, o corpo de Pelé foi levado por um trajeto de 13 quilômetros até o cemitério. Os bombeiros passaram com o corpo em frente à casa de Dona Celeste, a mãe do ex-futebolista, por volta das 12h. Familiares apareceram na varanda da casa para agradecerem ao público.

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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