Depois de 24 horas de velório aberto ao público, fãs de Pelé acompanham o cortejo que leva o corpo do Rei de Futebol até o Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, na manhã desta terça-feira (3). Lá, ele será sepultado em uma cerimônia restrita aos familiares.
O velório de Pelé começou às 10h dessa segunda-feira (2), na Vila Belmiro, e teve fim às 10h de hoje. Ao longo das 24 horas, fãs do mundo inteiro enfrentaram filas no entorno do estádio e aguardaram para se despedir do mineiro de Três Corações.
De acordo com estimativa do Santos, cerca de 230 mil pessoas visitaram o velório do ídolo do futebol.
Cortejo
No cortejo, o corpo de Pelé é levado por um trajeto de 13 quilômetros até o cemitério.
Fãs já acompanham cortejo com corpo do Rei pelas ruas de Santos pic.twitter.com/O0p1b7ZKCP
— BHAZ (@portal_bhaz) January 3, 2023
O casal santista Beatriz Caetano, de 22 anos, e Gladstone Minotto, de 38, chegou a visitar o velório na Vila Belmiro três vezes, e agora acompanha o cortejo com o corpo de Pelé.
“Não tive o prazer de vê-lo jogar, mas, para nós, ele é uma fonte de referência de que a gente não deve desistir, de que a gente deve sempre lutar pelo que quer. Ele nunca mais será esquecido”, diz o professor Gladstone Minotto.
“É um momento histórico, é um privilégio estar aqui”, completa a nutricionista Beatriz Caetano.
O trajeto inclui a avenida Coronel Joaquim Montenegro, conhecida como Canal 6, onde vive a mãe de Pelé, Celeste Arantes, que completou 100 anos no dia 20 de novembro.
Cerimônia passa em frente à casa de Celeste Arantes, mãe de Pelé pic.twitter.com/JCx9HKfQ8U
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Velório
Na fila quilométrica que tomou o entorno do estádio alvinegro, em Santos, o BHAZ conversou nessa segunda-feira com fãs que acompanharam de perto a ascensão de Pelé. O que não falta são recordações da humildade e carisma do ídolo, que morreu na quinta-feira (29) aos 82 anos, após uma internação para tratar um câncer no cólon.
Já na adolescência, o talento de Pelé com a bola nos pés impressionava. O Rei do Futebol marcou mais de 1.200 gols ao longo da carreira, a maioria deles pelo Santos, onde foi bicampeão mundial. Sua despedida emociona pessoas de todas as idades, que celebram o impacto que Pelé, de alguma forma, deixou em suas vidas.
Cláudio Rodrigues Reis, aposentado de 68 anos que acompanhou a multidão em frente à Vila no início do velório, era roupeiro do Santos quando Pelé ainda era “moço novo”. Ele não trabalhava diretamente com os jogadores profissionais, mas, ainda assim, vibrou com as conquistas do mineiro que se tornou referência mundial para os amantes do esporte.
“Naquela época, eu entrei por uma porta sem querer e vi o vestiário do Pelé. Era um vestiário de bronze, com todas as iniciais dele”, conta ao BHAZ. Cláudio se aposentou como zelador de guarita, mas recorda com louvor e emoção a época que viveu como funcionário do time alvinegro.
“Ele quer ser o verdadeiro Neymar, e o Neymar se inspirou em quem? No Pelé!”. Essa é a frase de uma mãe que aguardava com o filho de 12 anos, Paulo Henrique, para dar um último adeus a Pelé, no velório do Rei na Vila Belmiro.
Natural de Sergipe, Valdinete explica que veio morar em São Vicente [cidade vizinha de Santos] aos 20 anos. Hoje, aos 51, ela se diz fã do Pelé assim como seus sogros, marido e filho.
“Meu sogro, minha sogra, meu marido eram fãs do Pelé, né. E eu continuei junto com eles”, narra. Para a família, que chegou na fila para prestigiar o ídolo, a morte do futebolista é doída. No entanto, a expectativa é de que talentos promissores como os de Paulo Henrique carreguem o legado de Pelé daqui em diante.