Ex-repórter e membro do departamento de esportes da Globo, a apresentadora Fernanda Gentil contou que sofria machismo, principalmente quando atuava como repórter de campo, mas que não compreendia as situações. Ela está prestes a estrear no entretenimento da emissora com o programa “Se Joga”, que estreia no dia 30 de setembro.
“Hoje eu entendo que era machismo, mas na época eu não computava isso. Você cruza o campo para falar com o jogador; se o time está ganhando, a torcida grita ‘gostosa’, se está perdendo, é ‘piranha’. De um segundo para o outro tudo muda”, disse Fernanda durante participação no Altas Horas.
Fernanda comentou também que no campo de futebol ela se sentia mais exposta e que é muito diferente estar em um estádio do que no estúdio. Ela crê que essas manifestações diminuíram atualmente. “Eu sou muito otimista, sempre tento ver o copo meio cheio. Acho que está diminuindo, sim, acho que quem faz já entende que está feio fazer e as pessoas que sofrem têm mais voz para falar que estão sofrendo”, explicou.
Uma pessoa da plateia questionou Fernanda como foi ingressar no mundo esportivo, ainda dominado por homens. “Foi natural, eu nunca me liguei nisso”, respondeu ela. “Era um sonho que eu precisava, por mim acima de qualquer pessoa, realizar. Foi muito difícil, suei muito, passei por muita coisa até chegar lá e não era isso que ia me desmotivar”, comentou.
A jornalista acha que o jornalismo esportivo não é machista. “Eu nunca sofri machismo lá dentro, mas vejo hoje em dia acontecendo, acho que bem menos do que antigamente e acho que, se a rede social tem um lado bom, tem sim essa vitrine, essa transparência que a gente pode se informar e saber dos absurdos que acontecem”, disse.
Em seguida, a apresentadora também fez uma reavaliação da sua fala. “Se talvez, em algum momento, tenha sofrido machismo no meio jornalístico não computei, estava muito focada em realizar o meu sonho, em fazer meu trabalho, garantir o que eu queria”.
Fernanda disse ficar chateada quando ocorre situações do tipo, mas sugeriu manter o otimismo na caminhada. “Sei que acontece”, mas, mira no sonho e vai”, concluiu.
