O futebol tem coisas que passam longe da percepção do torcedor e até dos jornalistas “especializados’. Ontem e hoje a imprensa nacional destaca a venda de um certo Otávio para o Al-Nassr, mesmo time do Cristiano Ronaldo na Arábia Saudita. Será comandado pelo Luiz Castro, ex-técnico do Botafogo.
O Coimbra, da segunda divisão de Minas, sediado em Contagem, cujo dono é o Grupo BMG, ficará com a “parte do leão”, entre os parceiros brasileiros: R$ 68 milhões.
Lendo a coluna do Eduardo Gabardo (Zero Hora/RS) e jornais de Lisboa, constatei que a famosa frase do Tom Jobim, de que “o Brasil não é para principiantes”, vale para este caso. Tudo o que massa atleticana sonha é que o Galo tivesse gestores e olheiros brilhantes como tem o Coimbra.
E para quem pensa que o jogador é gaúcho, ledo engano: Otávio Edmilson da Silva Monteiro, é paraibano, de João Pessoa, nascido em 9 de fevereiro de 1995. Foi para o Internacional aos 15 anos. Em junho de 2013 marcou um dos gols do time gaúcho contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, no empate de 2 a 2.
Em 2014 o Inter passava aperto financeiro e encontrou uma fórmula para por dinheiro em caixa usando a então promessa de craque. Na época, com 19 anos, e de grande potencial para se tornar uma estrela, o Colorado dos pampas “fatiou” o seu “passe”, vendendo 15% para um grupo japonês e 50% para o Coimbra, que pagou R$ 7 milhões. Adquiriu também os outros 15% dos japoneses.
Vendido para o FC do Porto, que tem ligações antigas com Ricardo Guimarães, principal dono do BMG. Por ironia do destino, desde 2021, o Coimbra tem parceria oficial com o Benfica, maior rival do Porto.
A verdade é que Otávio estourou no futebol português. Tanto que foi naturalizado e jogou a Copa do Mundo do Catar ano passado. Inclusive foi titular na eliminação da seleção portuguesa nas quartas de final, na derrota de 1 a 0 para Marrocos, no estádio Al Thumama.
Agora, o Porto o vendeu por R$ 321 milhões aos saudistas. Ao Internacional caberá em torno de R$ 7 milhões, de percentual pela formação do atacante.
Vale lembrar que Ricardo Guimarães é ex-presidente do Atlético, atual presidente do Conselho Deliberativo do Galo e está se tornando proprietário de 10% da SAF que está adquirindo o futebol do clube.
O jornal português “Mais futebol”, deu detalhes da parceria entre Coimbra e Benfica, manifestando estranheza de justamente o maior rival das “águias”, o Porto, ser o dono da maior parte dos direitos do Otávio.