O futebol mundial presenciou uma mudança histórica nesta terça-feira (22): a U.S. Soccer, Federação de Futebol dos Estados Unidos, irá remunerar a seleção feminina e a masculina de forma igual. A atitude da organização veio após longas discussões iniciadas no Dia Internacional da Mulher, no dia 8 de março, em 2019. Na ocasião, o sindicato das jogadoras da seleção norte-americana entrou na justiça por condições salariais melhores e mais justas.
Atuais campeãs da Copa do Mundo, as atletas dos EUA já conquistaram o torneio 4 vezes desde a primeira Copa (1991). A seleção feminina norte-americana conquistou a taça em 1991, 1999, 2015 e 2019. Já a masculina nunca venceu e foi pódio – 3º lugar – apenas na primeira Copa, em 1930.
Compensação para a seleção feminina
Segundo o New York Times, também está incluído no acerto o pagamento de US$ 24 milhões – cerca de R$ 121,5 milhões – a dezenas de jogadoras e ex-jogadoras. A quantia representa uma compensação simbólica pelos anos de desigualdade de gênero. Avanço histórico no tema, a medida adotada pela U.S. Soccer pode servir de exemplo para outras federações mundo afora.
“Obviamente, você não pode voltar e desfazer as injustiças que enfrentamos, mas a única justiça que vem disso é que sabemos que isso nunca pode acontecer novamente”, disse a craque do time, Megan Rapinoe, à emissora ABC.
Ela também falou que hoje (22) foi “um grande dia” e comemorou em seu Twitter. “Quando nós ganhamos, todos ganham!”, publicou.
‘Chegar até hoje não foi fácil’
“Temos o prazer de anunciar que, dependendo da negociação de um novo acordo coletivo, teremos resolvido nossa longa disputa sobre igualdade salarial e orgulhosamente estamos juntos em um compromisso compartilhado de promover a igualdade no futebol. Chegar até hoje não foi fácil”, inicia o comunicado oficial da federação.
Segundo a U.S. Soccer, o esforço das atletas foi reconhecido: “As jogadoras da Seleção Nacional Feminina dos EUA alcançaram um sucesso sem precedentes enquanto trabalhavam para alcançar a igualdade salarial para si e para os futuros atletas. Hoje, reconhecemos o legado das antigas líderes que ajudaram a tornar este dia possível, bem como todas as mulheres e meninas que virão. Juntos, dedicamos este momento a elas”.
“Estamos ansiosos para continuar trabalhando juntos para aumentar o futebol feminino e promover oportunidades para meninas e mulheres nos Estados Unidos e em todo o mundo”, conclui a nota.
‘Justo’
Nas redes sociais, os usuários comemoraram a adoção da igualdade salarial entre as seleções. “A feminina deveria ganhar até mais, visto que se sai bem melhor que a masculina”, defendeu um.
Por outro lado, alguns supuseram que a medida foi feita apenas levando em conta a quantidade maior de títulos das mulheres em relação aos homens, e não a igualdade de gênero em si. “Me acordem quando os EUA fizerem isso em um esporte que o masculino tenha relevância”, criticou outro. Leia alguns comentários:
Justo. A seleção feminina americana deveria ganhar até mais, visto que sai bem melhores que os homens e conquistaram muito mais
— rafaeu ★彡 (@rafaeuvl) February 22, 2022
Feminina dos EUA ganharia de no minimo 7×0 da masculina deles
— Lucas ⚽🇾🇪 (@_LucasSt) February 22, 2022
Nem sabia que seleção paga salário
— Eduardo (@_EduardoPeixoto) February 22, 2022
Me acordem quando os EUA fizerem isso em um esporte que o masculino tenha relevância.
— THE Renato Batista (@Tchr_Renato) February 22, 2022