Fábio Porchat defende Léo Lins, que teve vídeo retirado do ar pela Justiça: ‘Tem o direito de ofender’

Fábio Porchat
Fábio Porchat apresenta programa de histórias no canal fechado GNT (Reprodução/Canal GNT/YouTube)

O humorista Fábio Porchat defendeu o colega Léo Lins, que teve um vídeo retirado do YouTube por decisão da Justiça. Em longo texto opinativo no Twitter, o criador do “Porta dos Fundos” pede para que os internautas não entrem “nessa conversa com a emoção”, mas sim com a “razão”.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o humorista Léo Lins apague um especial de comédia de seu canal por causa de piadas contra minorias. A decisão foi proferida na tarde dessa terça-feira (16).

Segundo a juíza Gina Fonseca Correa, o vídeo de nome “Perturbador” estaria “reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados”. O vídeo tinha piadas sobre escravidão, perseguição religiosa e contra outras minorias. A decisão atendeu a um pedido de Ministério Público de São Paulo.

‘Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo’

O contratado do GNT publicou dois tuítes sobre o assunto. No primeiro, ele compartilhou uma matéria sobre a decisão da Justiça contra Léo Lins. “Isso aqui é uma vergonha! Inaceitável!”, escreveu Fábio Porchat em sua conta oficial no Twitter.

Depois, o humorista decidiu discorrer mais a fundo sobre o caso. “Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir”.

De acordo com Porchat, as pessoas que vão aos shows de Léo Lins adoram o conteúdo, riem muito. “Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo”.

Ele afirma que “não gostar de uma piada” não dá o direito a impedir que ela exista. “Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura”, disse o comediante em relação à decisão da juíza em que Léo Lins está proibido de fazer piadas contra minorias.

‘Direito de ofender’

“Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem. Se cada pessoa que se ofender com uma piada resolver tirar ela do ar não sobra um Joãozinho, um papagaio, um argentino”.

O comediante encerra falando sobre o regime em que vivemos como sociedade. “Pra mim democracia não é um regime pra você defender as suas ideias, mas pra quem você não concorda poder defender as delas. Não confundam ‘não gosto dele’ com ‘ele não pode falar’. Não entrem nessa conversa com a emoção, entrem com a razão”.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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