Uma substância tóxica, vendida como cocaína, já deixou 20 mortos e mais de 70 hospitalizados na Província de Buenos Aires, na Argentina. As autoridades locais temem que mais vítimas apareçam e orientam a população da região a descartar a droga comprada nas últimas 24 horas.
Os primeiros casos foram identificados nessa quarta-feira (2). A Procuradoria Geral de San Martín informou que as vítimas sofreram sequelas do uso da substância. “Esta informação é comunicada à população em geral para que adotem comportamentos positivos para se protegerem e cuidarem da sua saúde”, conclui a nota oficial.
Os primeiros casos foram observados na cidade de Hurlingham. Segundo o jornal argentino La Nación, quatro pessoas faleceram no mesmo hospital, com sintomas semelhantes. As quatro assumiram o uso de cocaína antes da entrada na unidade de saúde.
Posteriormente, novos casos foram surgindo em outras cidades da província. Totalizando 20 mortos e mais de 70 internados. Algumas das vítimas não conseguiram chegar ao hospital e morreram em casa. Os sintomas da intoxicação incluem perda dos sentidos, dificuldade respiratória e estado de choque.
Recomendações das autoridades
As autoridades locais ainda temem que os números continuem aumentando, já que algumas pessoas podem não ter conseguido receber atendimento médico a tempo. “Peço a quem comprou nas últimas 24 horas que a descarte. É fulminante”, orientou o ministro de Segurança da Província de Buenos Aires, segundo a agência estatal Télam.
Em comunicado oficial, o Ministério da Argentina reforçou que, caso alguém tenha consumido cocaína nas últimas 48 horas e necessita de atendimento médico, não deve hesitar em procurar um hospital. “É importante acompanhar sem julgar, nem estigmatizar. Pela sua saúde e pela de todos”, acrescenta a nota.
Suspeitos são investigados
Um narcotraficante e outras seis pessoas envolvidos na venda de cocaína foram presos na cidade de San Martin. O homem já tinha um mandado de prisão, por outro caso. No entanto, as autoridades policiais investigam se há relação entre o traficante e a cocaína adulterada, de acordo com a agência Telám.
Na operação que prendeu os criminosos, foram apreendidas 16 mil doses de cocaína. A droga recolhida será analisada, para saber se há semelhanças com a substância que causou a intoxicação em dezenas de pessoas.
As causas da intoxicação ainda são desconhecidas, mas também estão sendo investigadas. Segundo o Ministério da Saúde argentino, é possível assumir que há a presença de opioides na substância.